Portugal é o quarto país dos 28 Estados-membro da União Europeia – a par com Itália – que emprega menos mulheres no setor das tecnologias de informação e comunicação (TIC), de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat: apenas 14% dos postos dos postos de trabalho criados em Portugal são ocupados por mulheres, menos três pontos percentuais do que em 2005. A média europeia fixa-se nos 18%.

Além de ser sobretudo composto por homens (86%), o setor das TIC português é ocupado, maioritariamente, por profissionais com mais de 35 anos (57%) e por pessoas qualificadas com o ensino secundário ou profissionalizante (52%, contra 48% qualificados com um nível superior). Na União Europeia, a média dos profissionais com qualificações de nível superior é de 56%.

O setor das TIC europeu contava com perto de oito milhões de pessoas empregadas em 2014, de acordo com os dados divulgados pelo instituto de estatística europeu, representando 3,7% de todo o mercado de trabalho europeu.

“Nos últimos anos, o número e a partilha de especialistas em TIC no número total de empregos tem vindo a aumentar continuadamente para que haja uma melhor adaptação a um mundo cada vez mais digitalizado. Contudo, perto de 40% das empresa com menos de 10 colaboradores que quiseram recrutar profissionais desta área, em 2014, tiveram dificuldade em fazê-lo”, lê-se no comunicado do Eurostat.

Entre 2011 e 2014, o número de profissionais  a trabalhar em TIC na União Europeia cresceu 16%. Em Portugal, cresceu 68% – se em 2011 trabalham 66.200 pessoas no setor, em 2014 trabalham 111.300, representando 2,5% do mercado de trabalho. Juntamente com a Alemanha, Bélgica, Finlândia, França e Luxemburgo, está entre os que mais cresceu.

Dos oito milhões de europeus empregados, 1,49 milhões trabalham no Reino Unido, 1,47 milhões na Alemanha e 910 mil em França – juntos perfazem quase metade dos profissionais de TIC. Contudo, é na Finlândia que o setor tecnológico ganha mais destaque face ao mercado global de trabalho – 6,7% do emprego finlandês é ocupado por profissionais de TIC. No Luxemburgo, a tecnologia representa 5,1% do emprego e na Holanda e Estónia representa 5%.

De acordo com os dados divulgados pela Comissão Europeia em setembro de 2015, estima-se que existam 825 mil vagas por preencher no setor das TIC em 2020. “As competências de desenvolvimento não estão a surgir tão depressa quanto o desenvolvimento tecnológico, e é por isso que nos deparamos com uma situação paradoxa: apesar de milhões de europeus estarem, atualmente, desempregados, há empresas que enfrentam sérias dificuldades em encontrar especialistas qualificados para as tecnologias digitais”, lê-se no estudo.

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