O ministro das Finanças português terá sido sondado para suceder a Jeroen Djsselbloem na presidência do Eurogrupo. A ideia está a ser, no entanto, rejeitada pelo Governo português. António Costa disse recentemente que o país apoiará uma candidatura do ministro espanhol, Luis de Guindos, para o cargo.

De acordo com o semanário Expresso (o texto completo só está disponível na versão paga), o nome de Mário Centeno tem circulado em Bruxelas e o ministro das Finanças terá sido mesmo sondado. O jornal cita uma fonte do Governo que confirma a informação mas também lhe coloca freio, por agora: “Neste momento, com tanta coisa a negociar com Bruxelas e Frankfurt, é preferível não ter o ministro preso à presidência. Para já não é uma prioridade”. Ainda esta semana, em declarações ao Observador, o comissário europeu português, Carlos Moedas não rejeitava a ideia de ter um português à frente do Eurogrupo.

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O atual presidente do Eurogrupo é Jeroen Djsselbloem, que deverá deixar o cargo brevemente. O mandato termina no final do ano, mas aquele que hoje é o ministro das Finanças holandês está em vias de o deixar de ser, depois das eleições no início deste mês no seu país. Ora, no Eurogrupo só estão os ministros das Finanças da zona euro, pelo que a sua saída já estava a ser reclamada antecipadamente, inclusivamente pelo Governo português, tendo em conta o que ia sendo apontado pelas sondagens das eleições na Holanda. Já nessa altura, em resposta ao Observador, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, mostrou empenho do Governo português para que esta oportunidade fosse aproveitada para mudar a liderança dos países da zona euro.

Confrontada com o apoio à candidatura do espanhol Luis de Guindos, não o descartava: “Apoiamos qualquer pessoa que esteja na linha de pensamento que temos sobre aquele que deve ser o comportamento das políticas económicas e monetárias”, explicou Margarida Marques, sem avançar com um nome. Dias depois, em declarações ao Diário de Notícias, o próprio primeiro-ministro disse que via com bons olhos a candidatura de De Guindos. E mesmo depois das abordagens a Mário Centeno, o Governo português não parece interessado em alterar esta posição, com Costa a querer o ministro das Finanças concentrado nas batalhas que ainda tem pela frente com Bruxelas.

As recentes declarações polémicas de Djsselbloem, dirigidas aos países europeus que pedem a solidariedade dos restantes estados-membros, também acabaram por pressionar o ministro das Finanças holandês. A saída da presidência do Eurogrupo é agora uma questão de tempo.

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