Uma série de explosões na fábrica de pirotecnia Egas Sequeira provocou seis mortos e dois desaparecidos, esta terça-feira em Avões (Lamego). O número de vítimas mortais foi confirmado esta quarta-feira pelo Governo. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deslocou-se ao local, na quarta-feira de manhã, para acompanhar a situação e prestar apoio à comunidade local.

As vítimas são o proprietário do complexo, a filha, um dos genros do proprietário, uma sobrinha e ainda dois funcionários. Segundo o Observador confirmou junto dos Bombeiros Voluntários de Lamego, o proprietário da fábrica de pirotecnia está entre as vitimas mortais do acidente. A Lusa adianta ainda que, segundo uma fonte da Câmara de Lamego, uma das filhas do proprietário também morreu na sequência das explosões.

As seis vítimas mortais têm idades compreendidas entre os 22 e os 52 anos, ainda segundo a Lusa. Os bombeiros locais confirmaram que a esposa do proprietário e uma outra filha estão em segurança e não se encontravam no local do acidente.

Segundo o Correio da Manhã, o alerta foi dado às 18h00. As explosões fizeram-se sentir a mais de dez quilómetros e ocorreram num paiol, um depósito de material explosivo. Jorge Gomes, secretário de Estado da Administração Interna, disse esta quarta-feira que esta foi “uma explosão fora do normal”.

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Ainda estamos a procurar as três pessoas desaparecidas. Os 75 operacionais que se encontram no terreno estão a fazer pesquisas numa área bastante grande de terreno, num diâmetro de 600 metros. A explosão foi, de facto, de uma dimensão fora do normal”, disse o secretário de Estado.

Os Bombeiros de Lamego adiantaram que, na altura do incidente, estavam oito pessoas no interior da fábrica. Confirmaram também que as explosões foram aparatosas e que estavam à espera de autorização da GNR para entrar no complexo. A Brigada de Minas e Explosivos da GNR estava no local a averiguar a situação e havia psicólogos no terreno para dar apoio à família das vítimas.

Segundo os mesmos bombeiros, dois feridos eram pessoas que estavam a passar no local no momento das explosões e que ficaram apenas sujas.

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Vídeos do local da CentroTV e da DouroTV

Ainda não se sabe o que causou as explosões, mas a Polícia Judiciária foi chamada ao local para fazer averiguações, adianta a Lusa.

A GNR de Viseu avança que um camião estaria alegadamente a fazer um carregamento para uma festa que se irá realizar na zona em breve, mas esta informação ainda não foi confirmada. As explosões provocaram um incêndio florestal, que atualmente se encontra em fase de rescaldo.

No local estão 121 bombeiros e 40 viaturas, sendo que foi ainda montado um extenso perímetro de segurança adianta a TVI.

De acordo com a TVI, já tinham ocorrido outras duas explosões nos últimos cinco anos na mesma fábrica.

O presidente da Junta de Avões, Macário Rebelo, adiantou à Lusa, Macário Rebelou referiu que quatro corpos foram encontrados nas proximidades da fábrica.

Questionado sobre a segurança da fábrica, que era um negócio familiar, o presidente da junta disse à SIC que a família sempre assegurou todas “as condições e requisitos” de segurança.

Através do Twitter, o primeiro-ministro António Costa enviou “uma palavra de ânimo” aos familiares das vítimas em nome do Governo, acrescentando que falou com o presidente da Câmara Municipal de Lamego a quem disponibilizou “todo o apoio necessário”.

Também o Secretário de Estado da Administração Interna se encontra no local a acompanhar as operações e a dar apoio aos familiares das vítimas, como é possível ler no Twiter da Administração Interna:

Mapa do local do acidente.

Quando o material pirotécnico explode, como no fogo de artifício, uma série de reações químicas é desencadeada. Assim que se junta uma fonte de calor, que fornece a energia de ativação, os elementos em estado sólido dentro das embalagens começa a incendiar-se ao entrar em contacto com o oxigénio no ar. Esses elementos (por norma nitrato de potássio, enxofre e carbono) são convertidos noutros (sulfito de potássio e azoto gasoso) e libertam gases, como o dióxido de carbono, o monóxido de carbono. É o mesmo que acontece quando é queimada pólvora.

Acontece que parte da energia química transforma-se noutros tipos de energia, como o calor, a luz, o som e a energia cinética (que provoca o movimento). Por isso é que a explosão não controlada de material pirotécnico pode provocar tremores de terra e ser vista e ouvida a vários quilómetros de distância.