A queda de um carvalho esta terça-feira fez subir para 63 o número de mortos em acidentes e desastres naturais na Madeira desde 2010. A freguesia no Monte foi sempre palco de acontecimentos: em 2016 as mesmas festas que esta tarde ficaram marcadas pela tragédia foram canceladas por causa dos incêndios que assolaram a ilha; e em 2010, o temporal que matou 47 pessoas destruiu por completo a Capela de Nossa Senhora do Monte, padroeira da ilha, nessa freguesia, que era esta tarde homenageada com a procissão anual.
O temporal de 2010
A 20 fevereiro de 2010, uma violenta tempestade abateu-se sobre a Ilha da Madeira. Uma conjugação de fenómenos metereológicos revelou-se excecional: em apenas um dia choveu mais que num ano, tendo em conta a média anual.
O resultado foi uma série de inundações, derrocadas e deslizes de terra ao longo das encostas da ilha. A zona do Funchal, Ribeira Brava, Câmara de Lobos, Santa Cruz e do Monte foram as mais afetadas. No Monte, uma capela chegou a ser arrastada pela força das águas e apenas uma imagem de Nossa Senhora foi salva.
Ao todo morreram 47 pessoas e desapareceram outras quatro nestes dias, com mais de 600 pessoas desalojadas e 250 feridas. Ainda é a maior catástrofe da história da Madeira dos últimos 200 anos.
Ainda hoje se apontam dedos: há quem diga que os valores de precipitação bateram recordes e que a culpa foi do planeamento urbanístico.
Os incêndios de 2016
Vários incêndios de grandes dimensões assolaram a Ilha da Madeira entre 8 e 13 de agosto de 2016, inicialmente enquanto incêndios florestais que evoluíram gradualmente e passaram a ameaçar o espaço urbano, tendo mesmo entrado na cidade do Funchal e consumido cerca de três centenas de habitações, bem como o Hotel Choupana Hills que ardeu por completo. O Plano Regional de Emergência esteve ativo até 16 de agosto.
No Monte, arderam várias casas e as festas em honra de Nossa Senhora do Monte, foram canceladas.
A topografia da ilha, o ordenamento florestal descuidado, o planeamento urbanístico desmedido e as condições meteorológicas ajudaram à propagação das chamas e dificultaram o combate às mesmas. Os prejuízos ultrapassaram os 61 milhões de euros. A Polícia Judiciária efetuou três detenções e um arguido de 24 anos acabou por ser condenado a 14 anos de prisão.
Morreram 3 pessoas nesta tragédia.
Esta terça-feira um carvalho caiu na freguesia do Monte sobre um aglomerado de pessoas que se preparava para uma procissão em honra de Nossa Senhora do Monte. Dez pessoas morreram de imediato e outras três a caminho do hospital.
A Junta de Freguesia diz que alertou por várias vezes a Câmara Municipal para a necessidade de podar/cortar as árvores deste largo, com especial atenção para estas festas que se realizam anualmente “e atraem centenas de pessoas”. Por sua vez, o presidente da Câmara, Paulo Cafôfo, garante que árvore não estava sinalizada e que aparentava estar saudável com uma copa verde.