Pelo menos 37 pessoas morreram e milhares de casas foram evacuadas na Sérvia e na Bósnia depois de três dias de chuva, as mais fortes desde que há registo, noticia a agência Reuters.

No domingo, houve milhares de deslocamentos de terras, inundações em minas de carvão e pontes derrubadas, descreve o New York Times. Quase 100 mil pessoas ficaram sem energia elétrica na Sérvia. Os trabalhadores procuram proteger as duas maiores barragens do país da subida das águas.

“Não é normal vermos esta quantidade de água em 1000 anos, quanto mais em 100”, disse Aleksandar Vucic, primeiro-ministro sérvio, durante uma reunião ministerial que foi transmitida na televisão. A quantidade de chuva que durante três dias caiu nesta região dos Balcãs equivale aquela que cai geralmente em três meses, escreve o New York Times.

O rasto de destruição é tal que já houve comparações com a devastação provocada pela guerra civil da região. “Os estragos são de tal forma que não nos lembramos de nada assim depois da guerra de 1992-95”, disse Zeljka Cvijanovic, primeiro-ministro da região autónoma sérvia na Bósnia.

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Como escreve o New York Times, um dos problemas destas cheias é a deslocação das 100 mil minas terrestres que ainda se encontram enterradas na região. Muitas das marcas que assinalavam as 9000 minas conhecidas também foram tiradas de sítio.

Em Obrenovac, a cidade mais afetada da Sérvia, 90% do território ficou debaixo de água. É neste local que está a barragem Nikola Tesla, a maior de todo o país. O primeiro-ministro Vucic disse aos jornalistas que a principal preocupação era a proteção da barragem.

Muitas cidades e vilas foram evacuadas, mas em algumas zonas a população mais velha recusou deixar as casas.

Nestes esforços de evacuação participam equipas da Rússia, Eslovénia e Luxemburgo. Há cerca de 10 mil soldados no terreno para distribuir comida e apoio médico pela região.