Num comunicado divulgado este domingo, o fórum, que reuniu na quinta-feira passada em Lisboa, decidiu criar três grupos de trabalho que irão analisar um diagnóstico da situação do jornalismo, de sensibilização da opinião pública para a degradação das condições de trabalho e suas consequências para a liberdade de imprensa, e a qualidade da democracia.
Os grupos e trabalhos, ainda abertos à participação de jornalistas, como explicou à Lusa Sofia Lorena, uma das participantes, deverão apresentar a suas conclusões em setembro, quando o fórum conta voltar a reunir-se. “Entretanto, as discussões de cada grupo serão refletidas no blogue forumjornalistas.wordpress.com, onde todos poderão comentar esses trabalhos e fazer bem-vindas sugestões”, lê-se no mesmo documento.
No Manifesto, o fórum afirma que o jornalismo “nesta altura, está em risco”. “Em causa está o próprio paradigma do direito e do dever de informar como sustentáculos fundamentais de uma sociedade moderna, livre e democrática”, lê-se no documento. “É urgente pensar em soluções conjuntas para garantir que as centenas de jornalistas que nos últimos anos perderam os seus empregos possam, se essa for a sua vontade, voltar a trabalhar”, segundo o mesmo documento.
O Fórum lança ainda um apelo, segundo o qual “é obrigatório não prescindir de eleger os órgãos representativos em cada órgão de comunicação social (Conselho de Redação, Comissão de Trabalhadores e delegados sindicais)” e lança uma proposta: “importa pensar se não será útil formar um colégio que junte representantes de cada um para tornar mais eficazes ações de luta e projetos jornalísticos”.
No comunicado o Fórum propõe iniciativas futuras como “ações de luta e protesto, lançamento de projetos de colaboração (vigílias, debater a eventualidade de uma greve geral; criação de um espaço de ‘coworking’ para precários, exploração das possibilidades de ‘crowdfunding’ e de organização de cooperativas”.
O Fórum propõe ainda o “lançamento de um blogue com histórias individuais e coletivas de coragem da classe e retratos de alguns dos despedidos ou ameaçados de despedimento – o que fizeram, como contribuíram para a existência de uma opinião pública mais informada”.
Recorde-se que o Fórum de Jornalistas é “um espaço de reflexão sobre os fundamentos da profissão”. Formado por um grupo de jornalistas, diz-se “pensado para jornalistas e profissionais da comunicação, mas que vive na esperança que os leitores, ouvintes e espectadores se interessem pelos complexos desafios que são, afinal, de interesse colectivo”. Entre os seus membros fundadores encontram-se os seguintes profissionais: Nuno Aguiar, João Ramos de Almeida, Sérgio Aníbal, Rute Araújo, Joana Bastos, Filipe Paiva Cardoso, Rui Catalão, Vítor Costa, João d’Espiney, Manuel Esteves, Vitor Ferreira, Susete Francisco, Rui Peres Jorge, Ana Kotowicz, Filomena Lança, Bruno Faria Lopes, Sofia Lorena, Alexandra Machado, Raquel Martins, Elisabete Miranda, Luis Reis Ribeiro, Paulo Pena, Catarina Almeida Pereira, Ana Suspiro e Ricardo J. Rodrigues.