O secretário-geral da NATO manifestou esta quinta-feira dúvidas sobre o roteiro de paz proposto pelo Presidente russo, Vladimir Putin, afirmando que a Ucrânia ainda está a ser alvo de ataques russos.

“A Rússia está a atacar a Ucrânia”, disse Rasmussen aos jornalistas antes da cimeira da organização do Tratado do Atlântico Norte, que começa hoje na cidade britânica de Newport.

Rasmussen salientou que a organização acolhe “todos os esforços para se encontrar uma solução pacífica para a crise na Ucrânia”, referindo-se ao “chamado plano de paz”.

“O que conta é o que se passa no campo de batalha e ainda estamos a assistir ao envolvimento da Rússia, desestabilizando a situação no leste da Ucrânia”, argumentou.

O norueguês afirmou que a NATO continua a apelar à Rússia para retirar as suas tropas das fronteiras com a Ucrânia, “travar o fluxo de combatentes e armas para a Ucrânia, acabar com o apoio aos militantes armados e envolver-se num processo político construtivo”.

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“Isso é que seria um esforço genuíno para chegar a uma solução pacífica”, considerou, indicando que a resposta da NATO ao conflito no leste da Ucrânia será decidida na cimeira e enquadrada no tratado celebrado entre a Aliança Atlântica e a Rússia em 1997, que restringe operações militares russas na Europa de Leste.

Anders Fogh Rasmussen declarou que é importante manter uma via diplomática aberta com a Rússia, embora considere “claro que a Rússia violou os princípios fundamentais” desse tratado.

O Presidente russo, Vladimir Putin, propôs na quarta-feira um plano de paz com sete pontos para garantir um cessar-fogo no leste da Ucrânia, intimando Kiev a retirar as suas tropas das proximidades das cidades e os combatentes pró-russos a pôr fim à contraofensiva iniciada há mais de uma semana.

Putin afirmou esperar uma resposta até sexta-feira, dia em que representantes do Governo ucraniano e dos separatistas se reúnem na Bielorrússia com mediação da União Europeia.