O investimento direto bruto de Portugal nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e em Timor-Leste caiu 78% no ano passado, de acordo com os números divulgados nesta segunda-feira pelo Banco de Portugal. Segundo o documento, que sintetiza as “Relações económicas e financeiras de Portugal com os PALOP e Timor-Leste”, divulgado hoje em Lisboa no âmbito dos Encontros de Lisboa entre os bancos centrais dos países lusófonos, houve “uma redução significativa do investimento direto bruto de Portugal nos PALOP e em Timor-Leste em 2013, passando a representar 1,8% do total do investimento direto bruto português no exterior”, quando em 2012 este valor chegou a 7%.

No ano passado, “o montante aplicado pelos investidores portugueses nestes países atingiu os 246 milhões de euros, menos 78% que em 2012, reduzindo-se relativamente a todos os países com exceção de São Tomé e Príncipe”. Tal como noutros setores, a principal relação económica de Portugal é com Angola, país que foi o maior recetor de investimento, com 53% do total, seguindo-se Moçambique, com 38%.

Ainda segundo os números divulgados hoje, o principal setor do investimento português nestes países foi a atividade financeira (52%), seguindo-se a construção, com 25%, que de resto recebeu um quarto de todo o investimento estrangeiro português deste setor.

Angola recebeu a maior redução nos montantes investidos, com uma queda de 85%. “As atividades financeiras (intermediação monetária e outras atividades financeiras e de seguros), o comércio e a construção foram as principais responsáveis mas mantêm-se como os mais representativos do investimento português naquele país, reunindo a quase totalidade dos montantes ali investidos”.

Moçambique, o segundo maior destino de investimento nacional em África, também viu o valor reduzir-se no ano passado: “Para Moçambique foram canalizados 93 milhões de euros em 2013, um decréscimo de 39% relativamente a 2012, sobretudo com menor investimento bruto português em atividades financeiras, contudo esse setor e a construção mantiveram-se como os mais importantes, representando 93% do total de investimento bruto português aplicado em território moçambicano em 2013”.

Em sentido inverso, “o investimento bruto direto dos PALOP e de Timor-Leste em Portugal atingiu 87 milhões de euros, uma redução de 62% face a 2012”, lê-se no relatório, que dá ainda conta de que 95% do total do investimento teve origem em Angola e esteve concentrado em atividades financeiras e na construção, que representa 64% do investimento angolano em Portugal.

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