O comentador da SIC e ex-líder do PSD, Luís Marques Mendes, afirmou este sábado que o Governo vai incluir na proposta de Orçamento do Estado para 2015 uma previsão de crescimento de 1,5% do PIB, e entre os 13% e os 13,5% para a taxa de desemprego.

No seu espaço habitual de comentário na estação de Carnaxide, Marques Mendes disse que a taxa de desemprego que o Governo vai inscrever no orçamento deve ficar provavelmente nos 13,2%, que a taxa de IRC também descerá dois pontos (tal como noticiado pelo Diário Económico esta semana) mas que não há ainda acordo sobre uma eventual descida do IRS.

O comentador diz que até ao final da tarde ainda não havia qualquer acordo dentro do Governo sobre esse tema, mas que a existir, deve passar por uma descida da sobretaxa, compensada pelo aumento de alguns impostos no chamado plano de reforma da fiscalidade verde.

Governo deve intervir no caso da Portugal Telecom (PT)

Marques Mendes definiu o caso da PT, com a saída de Zeinal Bava da Oi e a eventual venda da PT Portugal, como “um caso de humilhação a todos os níveis”, e diz que “Portugal está a ser humilhado pelos brasileiros”. O comentador da SIC diz que o Estado brasileiro também está por detrás da Oi e que a PT ficou sem liderança, devido a uma relação de promiscuidade com o BES, depois da saída de Ricardo Salgado do banco: “na prática eram o BES e Ricardo Salgado que mandavam na PT”, disse.

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O social-democrata defende que, ao contrário do que diz Passos Coelho, o Governo tem de intervir no caso, até porque o Novo Banco é acionista da PT, e o Estado é acionista do Novo Banco através do empréstimo feito ao fundo de resolução, onde tem um lugar na gestão.

Para Marques Mendes, Passos Coelho e o ministro da Economia, Pires de Lima, devem estar envolvidos a ajudar a encontrar uma solução.

Ainda sobre o BES, Marques Mendes diz que as declarações do Governo durante a última semana a admitirem custos para os contribuintes com o empréstimo ao Fundo de Resolução são pouco oportunas e vêm “criar um ruído desnecessário”, considerando que o Governo veio fazer um favor à oposição.

“Não se pode levar a sério pessoas assim, é muito difícil”, disse, sobre as declarações anteriores tanto de Passos Coelho, como da ministra das Finanças, que disseram que não haveria custos para os contribuintes da solução de resolução do BES.

Nuno Crato não tem condições para continuar no Governo

Marques Mendes considerou também que os problemas em torno do concurso para a colocação de professores chegou a um ponto “insustentável” e diz que o ministro da Educação e o secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova, “quase não se falam”.

“Acho que ele [Nuno Crato] deixou de ter condições” para continuar, disse o comentador sobre o ministro da Educação, considerando que este tipo de problemas ao fim de quatro anos revelam incompetência e que no caso de João Casanova, este já se devia ter demitido, insistindo que os dois governantes da mesma equipa ministerial estão em guerra.