Pedro Passos Coelho defendeu esta segunda-feira que o país não precisa de “instabilidade política”, não antecipando qualquer “crise política” que obrigue a eleições antes “do princípio de outubro de 2015” – data que o primeiro-ministro aponta como indicada pela Constituição. “Só pode haver eleições antecipadas, se resultarem de uma crise política, que não desejo e não antecipo”, afirmou, em Famalicão.

Questionado sobre se o próximo Governo terá tempo para apresentar o seu próprio orçamento em cima do início de um novo ano, o primeiro-ministro desvalorizou essa questão – que, aliás, tem sido introduzida no debate político precisamente por parte do Presidente da República. “Não creio que seja importante. Portugal nunca viverá sem orçamentos”.

“O que é preciso é pensar no país e não nas eleições”, alega Passos Coelho sobre as eleições antecipadas, negando ainda alimentar quaisquer polémicas em relação à muito discutida crise na coligação. “Os jornais têm abundantemente feito romance – não gosto de fazer ficção política”, rematou o primeiro-ministro, referindo-se à notícia do Expresso de que Passos teria escondido até à última hora de Portas a solução de fazer depender a baixa de sobretaxa da evolução da receita fiscal durante a reunião extraordinária do Conselho de Ministros.

Passos mostrou-se mais preocupado em apelar a uma clarificação por parte dos partidos políticos sobre as suas intenções em relação à dívida e outros temas centrais.

“É importante saber qual a trajetória em termos de política orçamental, para que as eleições não funcionem como uma espécie de cortina que impede as pessoas de perceberem as possibilidades orçamentais”, insistiu o primeiro-ministro em Famalicão.

É também importante saber que limite para o défice é que defendem. Assim como os limites que defendem para as despesas da saúde. Tudo isso é importante – tudo isso se debate nas eleições”, afirmou Pedro Passos Coelho.

 

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