Mesmo sem texto comum entre todos os partidos, a Assembleia da República deve aprovar esta sexta-feira uma resolução que recomenda ao Governo o reconhecimento da Palestina como Estado. A Suécia foi a única a oficializar politicamente esta decisão, mas esta semana tanto o senado francês – depois da decisão favorável da assembleia – como o parlamento irlandês recomendaram aos seus governos que reconhecessem aquele território como país.

“É chegado o momento de a comunidade internacional enviar uma mensagem clara sobre a urgência da concretização da solução dois Estados, reconhecendo o Estado da Palestina, que deverá através do diálogo e da negociação com Israel resolver todas as questões para uma coexistência pacífica e frutuosa”, pode ler-se no texto do projeto de resolução conjunto entre PS, PSD e CDS e que amanhã deverá ser aprovado em plenário, pressionando assim o Governo a reconhecer a Palestina como país.

Também Bloco de Esquerda, PCP e Verdes apresentam projetos de resolução no mesmo sentido, mas as bancadas parlamentares não chegaram a acordo para elaborarem um texto comum. O ponto de desacordo foi que socialistas e maioria incluíram no seu texto a importância da “coordenação” deste reconhecimento com a União Europeia, enquanto os restantes partidos não concordaram com este entendimento, defendendo que Portugal pode e deve reconhecer a Palestina por iniciativa própria como fez a Suécia.

A deputada do PCP Carla Cruz recusou que Portugal fique “submetido aos ditames ou à coordenação da União Europeia”, sublinhando que o parlamento português não necessita “do aval” da UE para reconhecer o Estado palestiniano, segundo relatou a Lusa.

Em França, e depois do reconhecimento por parte da Assembleia, também o Senado aprovou esta quinta-feira a importância do reconhecimento, pressionando assim o governo de Hollande para reconhecer rapidamente a Palestina. Na Irlanda, esse voto aconteceu na quarta-feira, e os deputados irlandeses esperam agora que o governo aja em conformidade. A mesma discussão faz-se na Dinamarca onde na quinta-feira começou a discussão sobre uma moção no mesmo sentido na Assembleia daquele país.

Para a semana, o Parlamento Europeu vai votar uma resolução sobre o reconhecimento da Palestina e caso o resultado seja favorável a este território, embora seja possível alguma relutância por parte da Alemanha e dos seus eurodeputados – devido à relação do país com Israel, marcada pelo Holocausto -, pode haver uma sucessão de países a avançarem politicamente com este reconhecimento.

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