A Comissão Europeia confirmou nesta quarta-feira a realização de uma reunião extraordinária depois do Conselho Europeu entre o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, François Hollande, e o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. A reunião foi pedida por Tsipras e nela estará também presente o presidente do Eurogrupo, que não estava nos planos iniciais.

Numa altura em que o fosso entre Grécia e credores parece estar cada vez maior, os principais líderes da zona euro e das instituições europeias vão reunir-se com Alexis Tsipras à margem da cimeira dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia.

A reunião surge numa altura em que alguns relatos dão conta de problemas nas negociações entre as instituições e a Grécia. Hoje, o jornal norte-americano The Wall Street Journal noticia que os responsáveis europeus estão frustrados com os responsáveis gregos e que estes não estarão a cooperar na revisão em curso. Já os responsáveis gregos acusam os membros da troika de irem além da busca de informação e de tentarem influenciar decisões de política.

As instituições estarão a tentar avaliar quantas semanas a Grécia consegue aguentar até ficar sem tesouraria para fazer os pagamentos normais, como amortizações de dívida pública ou pagamentos de salários e pensões.

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A Bloomberg, citando um responsável alemão, diz esta quarta-feira que a chanceler alemã estará disposta a conceder alguns dos pontos reclamados por Alexis Tsipras para se chegar a um acordo e reduzir o conflito permanente na opinião pública entre os dois países. No entanto, diz o mesmo responsável, também irá dizer ao primeiro-ministro grego que a Grécia tem de cumprir as regras, tal como todos os outros.

Angela Merkel irá encontrar-se em Bruxelas com Alexis Tsipras na quinta-feira e em Berlim na segunda-feira, a propósito de uma visita oficial do primeiro-ministro grego a convite da chanceler. Nessas reuniões, diz o gabinete de Angela Merkel, não será feito qualquer ultimato, havendo antes uma tentativa de aproximar posições.

Sondagens mostram cartão amarelo ao Governo grego

Entretanto, na Grécia, uma sondagem para o canal grego Vergina TV diz que 58% dos gregos acham que o Governo não está a cumprir as suas promessas eleitorais, com 73% a acreditar que o Governo não colocou um ponto final na troika, e que apenas lhe mudou o nome, e 50,5% dizem que não estão contentes com a forma como estão a correr as negociações.

Apesar destes resultados, quase 40% dos inquiridos votaria no Syriza, mais que o conseguido nas últimas eleições pelo partido de Alexis Tsipras, seguindo-se a Nova Democracia, com 17% das intenções de voto.