O Fundo Monetário Internacional (FMI) antecipa que o défice orçamental estabilize nos 2,5% até 2020 e que a dívida pública se mantenha acima dos 120% pelo menos até àquele ano. No ‘World Economic Outlook’, divulgado nesta terça-feira, o Fundo apresenta as suas previsões económicas e apresenta também previsões para o défice orçamental e para a dívida pública para os vários países até 2020.

No caso de Portugal, a instituição liderada por Christine Lagarde espera que o défice orçamental fique nos 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e nos 2,8% em 2016, caindo nos anos seguintes até aos 2,5%, estabilizando em torno deste valor até 2020, o último ano das projeções.

O FMI confirma assim as últimas previsões, que foram apresentadas em março aquando da conclusão da missão feita pela instituição a Portugal no âmbito do artigo IV, que define que sejam feitas análises às economias que fazem parte do FMI, geralmente todos os anos.

Nesta altura, o FMI tinha melhorado as perspetivas para o défice orçamental em duas décimas de ponto percentual, prevendo que ficasse nos 3,2% em 2015, o que significa que o Fundo continua mais pessimista do que o Governo, que espera fechar o ano com um défice de 2,7% do PIB.

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Estas previsões demonstram também que o FMI não acredita que Portugal possa sair este ano do Procedimento dos Défices Excessivos (PDE), que estabelece que os países europeus que tenham um défice superior a 3% devem adotar uma estratégia orçamental para cumprir aquele limite.

Já quanto à dívida pública portuguesa, o FMI antecipa que caia para os 126,4% do PIB este ano e que se vá reduzindo lentamente até 2020, mas nunca abaixo dos 120%. Em 2020, a dívida pública de Portugal deverá corresponder a 120,1% do PIB, de acordo com as estimativas do FMI.

O Governo, por seu lado, está mais otimista do que o FMI em relação à descida da dívida pública esperada para este ano, antevendo que caia para os 125,4% do PIB. O FMI esclarece que as previsões apresentadas no ‘World Economic Outlook’ não incluem as transações temporárias (as chamadas operações ‘one-off’) e assumem que não há alterações de política.