O Ministério dos Negócios Estrangeiros aconselhou os viajantes a evitarem as cidades sul-africanas de Durban e Joanesburgo e a fronteira moçambicana de Ressano Garcia com a África do Sul, devido à violência xenófoba registada nas últimas semanas.
Em dois avisos publicados no Portal das Comunidades Portuguesas, o MNE indica que “têm vindo a registar-se episódios de violência xenófoba na África do Sul, nomeadamente na província do Kwazulu Natal (no centro de Durban, nas áreas suburbanas de KwaMushu e Umlazi e em Pietermaritzburg)”.
“Há sinais de que os distúrbios atingiram já e possam agravar-se em algumas áreas de Joanesburgo. Evite deslocar-se aos centros de Durban e de Joanesburgo”, advertem os avisos do Ministério.
Quanto a Moçambique, o MNE sublinha igualmente que “tendo em conta a tensão que se vive na fronteira de Ressano Garcia, marcada esta manhã por um bloqueio da estrada (entretanto removido) e episódios de vandalismo e violência, aconselha-se a maior cautela nas deslocações pela N4 àquela localidade e na utilização dessa fronteira com a África do Sul até à normalização da situação”.
“Todos os que pretenderem usar esta e as outras fronteiras a sul e a oeste de Maputo deverão informar-se previamente sobre a situação aí prevalecente antes de iniciarem a viagem”, sugere ainda o MNE.
Esta vaga de violência na África do Sul começou há cerca de um mês, poucos dias depois de o rei zulu, Goodwill Zwelithini, a mais alta autoridade tradicional de Kwazulu-Natal, uma província a leste de Durban, ter desafiado os estrangeiros “a fazerem as malas e irem embora” do país.
O apelo foi apoiado por Edward Zuma, filho do Presidente sul-africano, que disse à agência de notícias local, News24, que a África do Sul estava “sentada numa bomba-relógio de eles (estrangeiros) tomarem conta do país”.
Até agora, cerca de 50 pessoas foram detidas durante os distúrbios em que pelo menos quatro pessoas morreram.
Embora a polícia não tenha confirmado as nacionalidades das vítimas, as autoridades de Moçambique na África do Sul anunciaram que dois moçambicanos foram mortos a 10 de abril em ataques xenófobos num bairro de Durban.
Além de moçambicanos, a violência contra estrangeiros tem visado cidadãos da República do Congo, da Somália, do Bangladesh e da Etiópia.
Estes ataques a habitações e estabelecimentos comerciais propriedade de imigrantes nos bairros pobres de Durban iniciaram-se três meses após uma onda de violência similar contra imóveis de estrangeiros no Soweto, perto de Joanesburgo.
A violência contra imigrantes africanos na África do Sul é comum, com os pobres nacionais a acusarem os estrangeiros de lhes roubarem os empregos e os negócios.
ANC // JMR
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