O mercado automóvel da União Europeia desacelerou, passando de um crescimento de 8,2% em setembro para apenas 2,9% em outubro, graças ao contributo do escândalo das emissões manipuladas pelo grupo Volkswagen, indicam dados da ACEA.
As estatísticas da Associação de Fabricantes Europeus de Automóveis (ACEA) revelam que o grupo Volkswagen, que engloba, entre outras marcas, a Volkswagen, Seat, Audi, Skoda e Porsche, viu as vendas caírem 12,4% na União Europeia, passando dos 316 mil carros em setembro, mês em que rebentou o escândalo, para as 278 mil unidades em outubro.
O escândalo no setor está também a afetar outras marcas, como a Peugeot e a Citroen (PSA), que em conjunto viram as vendas caírem 12,1%, de 134 mil em setembro para 118 mil em outubro.
Com vendas de 1,1 milhões de unidades no mês de outubro, “a procura por carros novos perdeu ímpeto em todos os principais mercados,” da União Europeia (UE) em relação ao mesmo mês de 2014, adianta a ACEA.
No entanto, houve fabricantes que melhoraram substancialmente as vendas aproveitando o momento menos bom do grupo Volkswagen, como foi o caso da Daimler (Mercedes e Smart), que aumentou as matrículas em 21% em relação ao mês de outubro do ano passado, ou o grupo BMW (BMW e Mini), com um crescimento de 13,4%.
As vendas do grupo Volkswagen praticamente estagnaram (-0,5%) em outubro quando comparado com o mesmo mês do ano passado, em que as únicas marcas a terem um bom desempenho foram a Audi (+4,1%) e a Porsche (+13,9%).
No período acumulado entre janeiro e outubro, o grupo Volkswagen continua a ser, de longe, o líder europeu de vendas com um crescimento de 6,4% relativamente ao mesmo período de 2014, mas existem vários fabricantes com crescimentos de dois dígitos, como a Jaguar Rand Rover (19,7%), Mazda (18%), Nissan (18,6%), Daimler (17,1%), grupo Fiat (13,2%) ou grupo BMW (12,1%).
Em termos de países, o Reino Unido, o segundo mercado automóvel da União, caiu para terreno negativo (-1,1%), enquanto o primeiro, a Alemanha, cresceu apenas 1,1%. França, o terceiro, subiu 1%, e tem que se ir para a Itália (+8,6%) e Espanha (+5,2%), respetivamente quarta e quinta em tamanho, para encontrar francas progressões.
De uma forma global, a tendência durante os primeiros dez meses do ano permanece bastante positiva, com um crescimento de 8,2% para 11,5 milhões de carros novos.