Manuel Sobrinho Simões, presidente e fundador do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade Porto (Ipatimup), é o patologista mais influente do mundo, segundo a revista britânica The Patologist. A votação foi realizada ao longo de dois meses e contou com a participação de patologistas de todos os continentes, como noticia a universidade.

O que faz um patologista?

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Um patologista estuda as origens, os sintomas e a natureza das doenças, nomeadamente as reações básicas das células e tecidos a estímulos anormais provocados pelas doenças, mas também as respostas específicas de órgãos e tecidos especializados a estímulos definidos. Pode fazê-lo pelas análises laboratoriais, biópsias, citologias e autópsias.

O professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e patologista do Hospital de São João (HSJ), no Porto, foi nomeado pela revista por ter contribuído “mais do que qualquer outra pessoa, para a visibilidade da patologia na Europa”. O patologista deixou também outras contribuições, como o diagnóstico clínico de cancro da tiróide. “Patologistas de hospitais de todo o mundo seguem as suas regras nas suas rotinas diárias.”

Sobrinho Simões destaca-se também por apoiar e formar patologistas em todo o mundo e é reconhecido pelos seus pares como um “educador por excelência”, “um professor entusiasta que está sempre disponível para partilhar aquilo que sabe”. Em Portugal, começou a dar aulas de Anatomia Patológica em 1971, é chefe de serviço no Hospital de São João desde 1988 e criou, em 1989, o Ipatimup – um dos três laboratórios europeus acreditados pelo Colégio Americano de Patologistas.

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“[Sobrinho Simões] representa a combinação perfeita entre nobreza e inteligência científica”, disseram os nomeadores. “Ele é não só um grande cientista, mas também uma pessoa gentil, atenciosa, generosa e carismática.”

Nos 40 anos de carreira, Sobrinho Simões foi presidente da Sociedade Europeia de Patologia e do Colégio Europeu de Patologia. Foi também distinguido com vários prémios como o Prémio Bordalo (1996), o Prémio Seiva (2002) e o Prémio Pessoa (2002). Em 2004, recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e, em 2009, tornou-se Comendador da Ordem do Mérito Real da Noruega.

Da lista dos 100 patologistas criada pela revista The Patologist, lançada em 2014, consta ainda a investigadora e professora portuguesa Fátima Carneiro, por “ser uma excelente cientista que esteve envolvida em descobertas revolucionárias na área do cancros do sistema digestivo”. Fátima Carneiro é professora de Anatomia Patológica da FMUP, chefe do Departamento de Anatomia Patológica do HSJ e investigadora no Ipatimup. Também já foi presidente da Sociedade Europeia de Patologia.