Carlos César, o líder parlamentar do PS disse achar positiva a “confissão” do líder do PSD de que a coligação com o CDS-PP acabou, declarando o socialista que faltando poder a ambos os partidos falta-lhes a “vontade de estar juntos”.

“O PSD e o CDS reuniram-se no extremo político português para se coligarem em função de um interesse específico, exercer o poder. Falta-lhes o poder, falta-lhes a vontade de estar juntos”, declarou Carlos César aos jornalistas no final da reunião desta manhã do grupo parlamentar do PS.

Na quarta-feira, à saída de um encontro de Natal do grupo parlamentar social-democrata, na Assembleia da República, o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho frisou que o acordo de coligação entre PSD e CDS-PP caiu com a queda do anterior executivo: “Não é preciso nenhum ato formal para lhe pôr termo. É assim. Acabou quando o Governo acabou”, disse.

Carlos César comentou esta quinta-feira tais declarações: “Acho bem que ele tenha dito isso, até porque durante a tarde [de quarta-feira] eu tinha falado na coligação extinta. É sempre bom ver da parte dos próprios essa confissão”, vincou.

Em Bruxelas, Passos Coelho declarou ter pedido aos seus parceiros do Partido Popular Europeu (PPE) – que manifestaram “alguma apreensão” com a nova solução governativa em Portugal – para reagirem “com moderação” à nova circunstância política e de poder no país.

Questionado sobre se tal poderia indiciar uma menor crispação da parte dos sociais-democratas para com o Governo do PS, Carlos César definiu como “importante” a posição de Passos Coelho junto dos parceiros europeus, mas concretizou: “Não sei é o que aconteceu primeiro, se não foi o PPE a pedir ao PSD português maior moderação e maior sentido de defesa do interesse nacional e europeu”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR