Líderes de PP e PSOE estiveram reunidos esta quarta-feira durante uma hora, no palácio de Moncloa, para discutir o futuro de Espanha. Mariano Rajoy teria em mente chegar a acordo com Pedro Sánchez para a formação de governo, mas não foi bem-sucedido.

Pedro Sánchez afirmou, após a reunião desta manhã, que quer “cumprir o mandato dos cidadãos de 20 de dezembro, com um governo de mudança que garanta o diálogo”. O líder do PSOE disse mais: “Não queremos que haja novas eleições. O compromisso é que Espanha tenha um governo e se garanta a pluralidade expressa pelos eleitores.”

“O PSOE não vai apoiar a continuidade de Rajoy e do PP porque os cidadãos votaram a mudança” — Pedro Sánchez, líder do Partido Socialista de Espanha

A posição dos socialistas já havia sido anunciada pelo porta-voz parlamentar do partido, Antonio Hernando: “Apoiar Rajoy é acabar com a confiança dos votantes do PSOE.” Hernando explicou que seria danoso para o PSOE permitir que o Podemos ganhe relevância na oposição ao poder, pelo que, anunciou, votarão contra na primeira e segunda votações.

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Celebrar novas eleições “é a última das opções”, avisou Sánchez, citado pelo El País. Mariano Rajoy, atual chefe de governo de Espanha, já reagiu à nega e afirmou, segundo o El Español, que a atitude de Sánchez impede que se discuta o que é realmente importante. O diário espanhol sabe que Sánchez não viabilizará Rajoy, mesmo que este ofereça cedências. “O não a Rajoy é o sim à mudança”, disse o líder do PSOE.

Ciudadanos queria acordo a três

O líder do Ciudadanos anunciou esta quarta-feira a intenção de juntar PP e PSOE à mesa para formar acordos para a legislatura, conta o El País. Albert Rivera deixou o Podemos de lado, porque este “quer partir Espanha, saltando por cima da Constituição”. O líder da quarta força política das últimas eleições diz que o ímpeto separatista do partido de Pablo Iglesias promoveu essa autoexclusão.

Albert Rivera tem em mente um acordo a três, entre Ciudadanos, PSOE e PP, para a formação de governo, tendo como ponto de partida reformas na lei dos partidos e lei eleitoral, para evitar o aproveitamento da “decadência do sistema e das instituições” por parte dos separatistas.

O Ciudadanos garantiu 40 deputados nas últimas Elecciones Generales, domingo passado, contribuindo assim para a queda do bipartidarismo em Espanha. O Podemos garantiu 69, enquanto PSOE (90) e PP (123) confirmaram o estatuto de grandes forças políticas. Apesar de ter vencido as eleições, Mariano Rajoy terá vida complicada para formar governo, um cenário que se assemelha e muito com o que se passou em Portugal, com a subida ao poder de António Costa.