Luaty Beirão, o ativista e rapper luso-angolano que foi preso por crimes de “associação de malfeitores” e “atos preparatórios de rebelião”, está com malária, confirmou ao jornal Rede Angola Menezes Cassoma, porta-voz dos serviços prisionais. De acordo com Cassoma, o ativista tem-se recusado a receber tratamento.
A confirmação surge depois de, numa carta de agradecimento à Ordem dos Advogados de Portugal que esta semana atribuiu uma medalha de ouro ao Beirão e aos 16 ativistas condenados em Angola pela “defesa dos valores do Estado de Direito Democrático”, o ativista ter anunciado que se encontrava doente com malária.
“Estando na situação em que me encontro, agravado por uma malária que hoje me atacou, não consigo ter cabeça para me inteirar do prémio que nos foi atribuído e que humildemente aceitamos”, escreveu o rapper na carta, citada pelo Rede Angola.
Numa curta conversa telefónica com o jornal angolano, Mezes Cassoma afirmou que “segundo as análises feitas”, está confirmado que Luaty Beirão tem malária, mas que se recusa a tomar a medicação. Beirão encontra-se em protesto contra as sucessivas transferências entre prisões em Angola. No inicio deste mês de maio, realizou uma nova greve de fome e um protesto de silêncio e nudez.