Quantas vezes andamos com uma música na cabeça que não conseguimos afastar da mente? Aquele êxito que não para de passar na rádio e do qual por vezes nem sequer gostamos assim tanto mas que, por algum motivo, invade o cérebro e toca “non-stop“. O que têm essas músicas de tão viciante?

Uma equipa de investigadores da Universidade de Durham, liderada por Jakubowski Kelly, decidiu tentar perceber por que é que determinadas músicas não nos saem da cabeça, tornando-se verdadeiros “hits” por muito tempo. O estudo, publicado na revista Psychology of Aesthetics, Creativity and the Arts, revela agora algumas das características dos temas em causa e que ajudam a explicar o fenómeno.

Para a investigação, os musicólogos pediram a mais de 3.000 pessoas que indicassem quais as melodias de que melhor se recordavam, entre 2010 e 2013, durante o período em que decorreu o estudo, e compararam-nas a músicas que ficaram longe de se tornar virais.

Os resultados indicam que as canções que nos ficam no ouvido são músicas rápidas, com uma melodia genérica e fácil de memorizar, com intervalos únicos, “saltos” e repetições. Tudo aquilo que caracteriza a música pop. Como exemplo de um dos padrões mais comuns de uma música cativante, os autores citam a canção “Twinkle Little Star”, que sobe de tom na primeira estrofe e baixa na segunda.

Isto poderia ajudar jovens aspirantes a compositores a criar uma melodia que seja lembrada durante dias ou até meses”, assegurou Jakubowski Kelly à ABC.

O estudo serve ainda para perceber melhor como funciona o cérebro humano no que respeita à perceção, às emoções, à memória e aos pensamentos espontâneos. Segundo o estudo, 90% das pessoas apegam-se a determinada música pelo menos uma vez por semana e é algo que acontece, sobretudo, quando o cérebro “não está a trabalhar muito” como no duche, enquanto andamos pela rua ou fazemos as tarefas domésticas em casa.

As canções mais citadas pelos entrevistados do estudo, entre 2010 e 2013, são: