Os dois principais sócios da Mossack Fonseca, a consultora que está no centro do caso ‘Panamá Papers’, foram detidos esta quinta-feira, com suspeitas de envolvimento no caso Lava Jato. A notícia, da unidade no Panamá da agência EFE, está no diário espanhol El Mundo, e acrescenta que os dois homens foram ouvidos na sede do Ministério Público e, ao final do dia, foram levados para os calabouços da polícia, para que continuem as audições esta sexta-feira.
A detenção de Ramón Fonseca Mora e Jürgen Mossack aconteceu no mesmo dia em que as autoridades do Panamá fizeram buscas nos escritórios da firma de consultoria jurídica e financeira, à procura de possíveis ligações à empresa brasileira Odebrecht. Segundo a Reuters, o gabinete da procuradora-geral do Panamá confirmou as buscas com uma publicação no Twitter que confirma as ligações ao processo Lava Jato. A detenção foi confirmada por Elías Solano, advogado de defesa, à agência noticiosa.
Anteriormente, Ramon Fonseca negou categoricamente que a empresa tenha qualquer ligação à brasileira Odebrecht, que terá subornado vários membros de governos na América Latina para obter contratos públicos entre 2010 e 2014. “Mossack Fonseca não tem qualquer relação com a Odebrecht, nem com qualquer empresa ligada ao processo Lava Jato”, afirmou o sócio da Mossack Fonseca em declarações aos jornalistas. Ramon Fonseca acusou o Presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, de receber dinheiro da Odebrecht e disse que “estão a usar-me para desviar as atenções”.
A Mossack Fonseca está no centro de um escândalo de corrupção, após terem sido divulgados milhões de documentos que mostram uma das formas como se usam paraísos fiscais e offshores para fugir aos impostos.