Pouco depois de Kim Jong-un e Moon Jae-in terem anunciado o acordo entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, onde se comprometeram a assinar um tratado de paz até ao final do ano e a proceder à desnuclearização da Península da Coreia, houve vários líderes internacionais a reagir — maioritariamente, com mensagens de apoio, mas ainda assim de alguma cautela.
Um dos primeiros a reagir foi o Presidente dos EUA, Donald Trump. “Depois de um ano furioso com lançamentos de mísseis e testes nucleares, está a acontecer um encontro histórico entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. Estão a acontecer boas coisas, mas só o tempo o dirá”, escreveu no Twitter. Donald Trump e Kim Jong-un devem reunir-se para uma cimeira inédita no final de maio. Até agora, nem a data concreta nem o local do encontro são conhecidos.
After a furious year of missile launches and Nuclear testing, a historic meeting between North and South Korea is now taking place. Good things are happening, but only time will tell!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) April 27, 2018
Mais à frente, Donald Trump escreveu ainda: “A GUERRA NA COREIA VAI ACABAR! Os EUA e todo o seu ENORME povo devem estar muito orgulhosos com o que se está a passar na Coreia”. Nesta mensagem, Donald Trump pode dar a entender que, da sua parte, os EUA podem aprovar o tratado de paz para o qual a assinatura dos EUA (tal como da China) é essencial. Porém, os EUA só poderão tomar essa decisão após a aprovação de dois terços do Senado, pelo que esta é uma decisão que não cabe apenas a Donald Trump.
KOREAN WAR TO END! The United States, and all of its GREAT people, should be very proud of what is now taking place in Korea!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) April 27, 2018
Num terceiro tweet sobre o assunto, Donald Trump virou-se para a China, país com quem tem mantido uma relação ambivalente, onde mistura o tom cordial dirigido a Xi Jinping com uma guerra comercial. “Por favor não se esqueçam da grande ajuda que o meu bom amigo Presidnete Xi da China deuaos EUA, em particular na fronteira com a Coreia do Norte”, escreveu. “Sim ele, teria sido um processo muito mais longo e duro!”.
Please do not forget the great help that my good friend, President Xi of China, has given to the United States, particularly at the Border of North Korea. Without him it would have been a much longer, tougher, process!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) April 27, 2018
Outra parte diretamente interessada neste acordo é a China, que também já reagiu, referindo que o resultado é “positivo”. “É útil para a reconciliação e cooperação entre as Coreias, para a paz e estabilidade na península e para uma resolução política das questões da Península da Coreia”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Lu Kang.
Também falou o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, que em 2017 chegou a ter mísseis de teste norte-coreanos a sobrevoar o seu território. “É o nosso forte desejo que a Coreia do Norte tome medidas concretas após esta cimeira e a cimeira com os EUA”, disse Shinzo Abe, citado pela AFP.
A partir de Moscovo, falou o porta-voz de Vladimir Putin, Dimitry Peskov. “São notícias muito boas”, disse o porta-voz do Presidente da Rússia, perante o acordo. “Neste caso, olhamos de forma positiva o acordo entre os líderes das duas Coreias e o resultado declarado das negociações.”
What I heard today from Korea and what I have experienced here in the Balkans in the last days should be a positive memento to all: That the impossible can become possible, and that it depends entirely on the good will and courage of individual people.
— Charles Michel (@eucopresident) April 27, 2018
Por parte da União Europeia, já falou Donald Tusk, o Presidente do Conselho Europeu. “O que ouvi hoje da Coreia e o que vivi aqui nos Balcãs nos últimos dias deve ser uma boa memória para todos: o impossível torna-se possível e isso depende apenas da boa vontade e da coragem de pessoas individuais”, escreveu no Twitter.
Da NATO, falou o secretário-geral Jens Soltenberg, referindo que aquela aliança militar “apoia plenamente uma solução política para a tensão na península”. “Acolhemos com agrado os progressos feitos hoje e os compromissos que os dois líderes fizeram para resolver os problemas de forma pacífica”, comentou Jens Stoltenberg.
[Veja no vídeo os detalhes, pensados ao pormenor, do encontro das duas Coreias]