A PSP enviou um pedido ao ministério da Administração Interna para poder utilizar câmaras de vídeo nos patrulhamentos de rua, confirmou uma fonte da Direção Nacional da PSP ao Diário de Notícias. O pedido do projeto-piloto aguarda decisão e a divisão da PSP da Amadora pode ser a primeira a utilizar este dispositivo. Caso seja aprovado, os agentes terão colocada uma micro-câmara de vídeo nas suas fardas durante os patrulhamentos, principalmente em zonas mais sensíveis como a Cova da Moura, Estrela D’África e 6 de Maio.
A mesma fonte contou que as câmaras são uma forma de prova não só de “uma má atuação do polícia, como dos cidadãos”, salientando o “inegável efeito dissuasor para tentativas de manipulação dos factos”.
Os casos de violência policial começaram a receber mais atenção depois da acusação do Ministério Público, em julho do ano passado, de denúncia caluniosa, injúria e ofensa à integridade física contra seis jovens, por parte de 18 agentes da PSP de Alfragide. Segundo o Diário de Notícias, o novo comandante da Amadora, Jorge Resende, tem insistido num alargamento da videovigilância a outras zonas do conselho, incluindo a instalação de câmaras nas zonas de detenção das esquadras junto dos bairros, para além do dispositivo de vídeo que espera aprovação.
Só no último ano, o Ministério Público (MP) da Amadora abriu 15 inquéritos que envolvem violência policial. Entre as acusações, a maioria consiste em crimes como ofensa à integridade física qualificada e abuso de poder, sobretudo contra cidadãos de raça negra.