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  • O nosso liveblog fica por aqui. Obrigado por nos ter acompanhado nesta reunião que Zuckerberg teve em Bruxelas com os líderes dos partidos europeus. Algumas perguntas feitas ao fundador do Facebook ficaram por responder e, no final, alguns eurodeputados mostraram o descontentamento quanto ao “acompanhamento futuro quanto a essas questões” que Zuckerberg prometeu para acabar a reunião. No final, fica, mais uma vez, um pedido de desculpas de Zuckerberg, desta vez direcionado a todos os cidadãos europeus.

  • Quem pediu para acabar mais cedo a reunião, Zuckerberg ou Tajani?

    A reunião estava marcada para acabar às 18h30 de Lisboa, mas acabou mais tarde, 15 minutos. A certo momento o fundador do Facebook termina as respostas às perguntas, para incómodo de alguns eurodeputados, e diz a famosa frase: “Vou garantir que a minha equipa e eu possamos acompanhar nisso.” Na conferência de imprensa após a reunião, com o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, os jornalistas presentes, além de questionarem o formato da reunião, que apesar de ter emissão em direto pela Web, foi, na prática, à porta fechada, questionaram: quem quis que a reunião acabasse?

    Tajani explicou que a reunião foi voluntária porque Zuckerberg não é um cidadão europeu: “Ele [Zuckerberg] não era obrigado a vir.” O italiano ainda tentou justificar e disse que o presidente executivo do Facebook ficou mais 15 minutos porque “infelizmente, o período de perguntas demorou mais tempo.” Mesmo assim, a pergunta sobre quem quis acabar mais cedo, segundo os comentários de Tajani, ficou pouco esclarecida. “A proposta da reunião foi feita por mim à conferência de líderes europeus”, mas não respondeu diretamente.

    No fim, o mesmo presidente do Parlamento afirmou: “Somos contra monopólios, somos a favor de competição”, quanto ao poder que o Facebook tem. Já na reunião, para a terminar, tinha dito, para terminar as perguntas dos representantes eleitos. “Estamos a insistir bastante. Acho que há uma mensagem clara: (…) pediu desculpas. Temos é de insistir na direção certa”, numa alusão ao trabalho que o Facebook ainda tem a fazer para recuperar a confiança dos utilizadores europeus.

  • As promessas de Zuckerberg

    Nas declarações finais, Zuckerberg ainda deixou outras promessas, apesar de não ter respondido a todas as perguntas dos eurodeputados presentes.

    Moderação, discurso de ódio e censura: “A nossa política tem sido esperar que as pessoas sinalizem as publicações para que possamos olhar para elas reativamente. Agora, aqui em 2018, temos a capacidade de criar mais ferramentas de inteligência artificial para sinalizar mais conteúdo logo à partida. Se olharmos, por exemplo, a conteúdo terrorista, uma das coisas de que estou orgulhoso é que os nossos sistemas consigam agora sinalizar 99% de conteúdo da Al Qaeda ou do Estado Islâmico antes de que alguém o reporte. Nunca vamos ser perfeitos nisto. Os nossos adversários, especialmente no caso das eleições, vão ter acesso às mesmas ferramentas que nós temos. Mas a nossa visão é sair de um estado de gestão reativa para outro de sinalização proativa”.

    Fake news: “A primeira causa é o spam. A maneira de lutar contra isto é a mesma que as empresas têm utilizado para lutar contra o spam nos emails: é retirada a forma como se faz lucro. A segunda causa são as contas falsas. Apagámos cerca de 580 milhões no último trimestre. A última causa são as pessoas que têm boas intenções mas partilham algo que é comprovadamente falso. Não queremos colocar-nos numa posição em que dizemos o que é verdadeiro e o que é falso. Trabalhamos com fact checkers exteriores e somos públicos quanto a quem eles são e se eles dizem que história é provavelmente falsa, tentamos mostrá-la menos”.

    Eleições: “Esta é uma das nossas prioridades: assegurar que ninguém interfere nas eleições, como os russos tentaram em 2016”. A partir daqui, Zuckerberg repetiu grande parte do que disse na declaração inicial sobre as novas ferramentas de transparência que o Facebook está a preparar.

    Regulação: “A questão não é regulação ou não, é qual é a regulação certa. O mais importante é ter a certeza de que temos molduras reguladoras que protegem as pessoas, que são flexíveis, que não proíbem inadvertidamente novas tecnologias como a inteligência artificial e que não proíbem um estudante no seu dormitório, como eu era, de ser capaz de desenvolver o próximo grande produto”.

    Monopólios e competição: “Nós existimos num espaço muito competitivo onde as pessoas utilizam várias ferramentas diferentes para comunicar. Em média, cada pessoa utiliza oito ferramentas diferentes. Por isso, do meu ponto de vista, parece que existem novos tipos de media a todo o momento”. Aqui, Zuckerberg esquece-se de mencionar que quatro dessas ferramentas são do Facebook.

    “Uma coisa que quero acrescentar é que, no mundo inteiro, cerca de 70 milhões de pequenos negócios utilizam as ferramentas do Facebook para crescer e chegar ao público. Acho que é importante não esquecer que, quando falamos em competição, existe o efeito extremamente pró-competitivo de permitir que estes pequenos negócios cheguem ao público de maneiras que, anteriormente, apenas os grandes negócios conseguiam.

    Impostos: “O Facebook pagou sempre impostos em todos os países em que funcionamos e nós investimos fortemente na Europa. Temos dois centros de dados e estamos a construir um terceiro na Dinamarca. Estamos a realizar investimentos significativos para contribuir para a inovação e para o crescimento do emprego aqui também”.

    RGPD: “Prevemos cumprir todas as regras a 25 de maio. Uma das coisas que aprendemos é que as pessoas têm de ler estes grandes fluxos de informação antes de aceitarem os termos a 25 de maio. A última coisa que queremos é que as pessoas passem pela informação demasiado rápido. Por isso temos estado a divulgar a informação há um tempo, uma grande percentagem de pessoas já a viram. Recebemos bom feedback”.

  • Zuckerberg: "Prometo-vos que nunca vamos banir pessoas da plataforma independentemente da opinião política"

    Chegou ao fim a reunião de Zuckerberg no Parlamento. Zuckerberg respondeu a quase todas as perguntas. A reunião devia ter acabado há 15 minutos, mas alguns representantes eleitos continuaram a fazer perguntas ao fundador do Facebook. “Vai alguma vez o Facebook fazer cruzamento de dados com o Whatsapp?” A resposta final de Zuckerberg foi uma a que já habituou os utilizadores: “Algum ponto garanto-vos que vão ter um follow-up”. Houve eurodeputados que insistiram, mas Zuckerberg, “devido ao tempo”, disse que “a sua equipa” ia dar resposta às perguntas que ficaram sem resposta.

    Antes de a reunião acabar, houve tempo para uma garantia: “Prometo-vos hoje que nunca vamos banir pessoas da plataforma, independenemtne da opinião política”, disse o executivo. Zuckerberg falou ainda da opção que vai surgir na plataforma, de se apagar os dados pessoais do Facebook e uma opção de “apagar histórico”.

  • Nigel Farage: "Sem as redes sociais não havia Trump ou Brexit. Se calhar está horrificado"

    Quando chegou a vez de uma das caras do Brexit falar, Nigel Farage, do Grupo Europa da Liberdade e da Democracia Direta, deixou a pergunta: “Agora mudou o algoritmo e afetou as pessoas que têm ideais de direita. Estou a falar de pessoas de pessoas que sinto que estão a ser descriminadas. Quem decide o que é aceitável [no Facebook]?”. O político referiu-se a grupos e páginas do Facebook que são banidas, afirmando: “O Facebook não é uma plataforma para todas as ideias serem partilhadas imparcialmente.”

  • Nigel Farage: "Sem as redes sociais não havia Trump ou Brexit. Se calhar está horrificado"

    Quando chegou a vez de uma das caras do Brexit falar, Nigel Farage, do Grupo Europa da Liberdade e da Democracia Direta, deixou a pergunta: “Agora mudou o algoritmo e afetou as pessoas que têm ideais de direita. Estou a falar de pessoas de pessoas que sinto que estão a ser descriminadas. Quem decide o que é aceitável [no Facebook]?”. O político referiu-se a grupos e páginas do Facebook que são banidas, afirmando: “O Facebook não é uma plataforma para todas as ideias serem partilhadas imparcialmente.”

  • As perguntas que se seguiram dos representantes europeus

    Philippe Lamberts, do partido os verdes europeus, deixou várias perguntas, a que quer uma resposta “de sim ou não”. “Vai o Facebook desenvolver uma plataforma para os utilizadores não terem publicidade? É o Facebook uma plataforma neutra, ou de produção de conteúdos? Vai o Facebook comprometer-se a pagar impostos nos sítios onde opera?”, perguntou o político.

    Chegada a vez de Gabriele Zimmer, do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde, que pediu para falar em alemão, afirmou: “Estas plataformas mudaram, há muito mais noticias falsas, as comunidades estão mais pequenas. As pessoas têm uma visão mais pequena do mundo.” A política falou ainda do RGPD e deixou a pergunta: como vai ser aplicado aos utilizadores fora da União?

  • Perfis sombra e compensação de utilizadores afetados

    Syed Kamall, dos Reformistas e Conservadores Europeus, questionou Zuckerberg sobre as informações retiradas através de “perfis sombra”, ou seja, pessoas que já não estão no Facebook. O inglês foi sucinto: como é que estas pessoas podem saber que os próprios dados estão a ser utilizados, que dados são e como é o podem impedir.

    Guy Verhofstadt, da Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa, recordou que o CEO do Facebook tem de pedir desculpa por alguma coisa todos anos: sublinhando que em 2018 esta é já a terceira vez e ainda estamos em maio. Além da pergunta direta – “os problemas podem ser resolvidos?” -, o belga perguntou se Zuckerberg está mesmo comprometido com as regras do RGPD. Além disso, levantou a questão da compensação dos usuários afetados e atirou para a mesa o valor de 126 dólares por perfil.

  • O que aconteceu até agora

    Depois da declaração inicial do presidente do Parlamento Europeu e de Mark Zuckerberg, foi dada a palavra a todos os líderes parlamentares presentes na audiência. Todas as perguntas são feitas primeiro; o fundador do Facebook responde depois.

    Manfred Weber, do Partido Popular Europeu, perguntou se o caso Cambridge Analytica era “um caso concreto ou apenas a ponta do icebergue” e questionou os motivos pelos quais, em dezembro de 2015 – período temporal em que os dados de milhões de pessoas foram afetados devido às eleições norte-americanas – o Facebook não conseguiu fazer mais. Para Weber, o algoritmo do Facebook é imcompreensível e a visibilidade de publicações tem de ser discutida. Tal como Lindsay Graham, no Congresso norte-americano, o líder parlamentar do Partido Popular Europeu perguntou se a maior rede social do mundo tem mesmo algum concorrente.

    Udo Bullmann, do Partido Socialista Europeu, foi direto: “O Facebook está pronto para aceitar a nova legislação em três dias?”. O alemão falou ainda sobre os utilizadores que abandonam a rede social e aquilo que acontece a esses dados, perguntando a Zuckerberg quão rápido e sob que condições é que as informações pessoais desses perfis são eliminadas. Bullmann questionou ainda o que está a ser feito pelo Facebook para atacar as “sofisticadas contas falsas”, especialmente aquelas que se dedicam à manipulação política. Quanto às eleições europeias, o alemão perguntou a Mark Zuckerberg o que é que a rede social vai fazer para impedir a manipulação de dados.

  • " A segurança não é um problema que se pode resolver"

    “Estamos a fazer os anúncios mais transparentes. Agora podem ver quem é responsável pelos anúncios que aparecem no vosso feed. Estamos a testar isto no Canadá e Irlanda e vamos lançar mundialmente este verão a opção. A segurança não é um problema que se pode resolver. Temos adversários que estão constantemente a evoluir. Vamos garantir que vamos estar sempre um passo à frente.”, afirmou ainda o presidente executivo do Facebook antes de começarem as perguntas dos eurodeputados.

    Referindo todos os escritórios que tem na União Europeia (Londres ainda a contar), Zuckerberg afirmou: “Vamos continuar a investir na Europa. A minha prioridade é a nossa missão social [Facebook], ajudar a aproximar mais as pessoas em todo o mundo. Sei que depois destes desafios vamos dar uma voz mais ativa ao cidadãos europeus e de todo o mundo.”

  • "Não temos feito o suficiente para garantir que estas ferramentas não são utilizadas para o mal. Peço desculpa por isso"

    “Com o crescimento do Facebook, tem sido bom dar ferramentas para que as pessoas se mantenham em contato. Depois dos ataques terroristas, dezenas de milhares de pessoas utilizaram as nossas ferramentas para dizer que estavam a salvo. Milhares de refugiados utilizam as nossas ferramentas para se manterem em contacto com as famílias. Mas não temos feito o suficiente para garantir que estas ferramentas não são utilizadas para o mal. Peço desculpa por isso. Vai levar tempo para fazermos todas as mudanças que são necessárias”, disse Mark Zuckerberg.

  • "A reunião de hoje é apenas um começo". diz Antonio Tajani

    “A reunião de hoje é apenas um começo”, disse o presidente do Parlamento Europeu. O responsável pelo órgão legislativos afirmou ainda: “Não queremos deixar de ter redes sociais, mas queremos utilizá-las com segurança”. Antonio Tajani introduziu a reunião, e falou da importância do RGPD e de como, nesta reunião, Zuckerberg vai responder às questões dos representantes europeus. O político passou a palavra ao fundador do Facebook.

  • Já começou a audição de Mark Zuckerberg

    Já começou a audição do fundador do Facebook no Parlamento Europeu, em Bruxelas. Veja em direto aqui.

    Vídeo. Siga aqui a reunião de Mark Zuckerberg com os líderes dos partidos europeus

  • A chegada de Zuckerberg ao Parlamento Europeu

    A fotografia oficial da chegada de Mark Zuckerberg ao Parlamento Europeu. Antonio Tajani cumprimenta o fundador do Facebook.

    European Parliament President Antonio Tajani (R) welcomes Facebook CEO Mark Zuckerberg (L) at the European Parliament, prior to his audition on the data privacy scandal on May 22, 2018 at the European Union headquarters in Brussels. (Photo by JOHN THYS / AFP) (Photo credit should read JOHN THYS/AFP/Getty Images)

  • Protesto junto ao Parlamento Europeu

    Dezenas de pessoas juntaram-se à porta do Parlamento Europeu, em Bruxelas, com cartões de corpo inteiro com a imagem de Mark Zuckerberg. Os cartões vestem camisolas negras onde se pode ler: “Arranja o Falsobook”. O mesmo protesto já tinha acontecido em abril, quando o CEO do Facebook foi ouvido no Congresso norte-americano.

  • O que vai Zuckerberg dizer no Parlamento? "Peço desculpa", outra vez

    Mark Zuckerberg já tinha pedido desculpas pelo caso Cambridge Analytica, primeiro em entrevistas, depois no Congresso americano. Segundo o The New York Times, esta terça-feira vai fazer o mesmo. Eurodeputados como Nigel Farage, já assumiram que não vão deixar o líder do Facebook ficar por aí.

    A 17 de março, jornalistas do The Guardian, Channel 4 e do The New York Times, divulgaram que a Cambridge Analytica, uma empresa de análise de dados, utilizou 50 milhões de perfis indevidamente para condicionar campanhas eleitorais. Ainda está confuso com o caso, leia o Explicador do Observador para perceber o que aconteceu.

    12 coisas que tem de saber para perceber a polémica do Facebook e da Cambridge Analytica

  • Mark Zuckerberg vai ser ouvido pelos líderes dos partidos europeus

    Bem-vindo ao liveblog do Observador onde iremos acompanhar a vinda de Mark Zuckerberg ao Parlamento Europeu para falar do uso indevido de dados pessoais após a divulgação do caso Cambridge Analytica. Pode ver, em direto, a reunião aqui.

    Mark Zuckerberg em direto na audição no Parlamento Europeu

    Depois de os eurodeputados pedirem, o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, cumpriu. Mark Zuckerberg está esta terça-feira em Bruxelas para se reunir com os líderes dos oito principais partidos deste órgão da União, com Antonio Tajani e com Claude Moraes, o representante britânico no Parlamento responsável do Reino Unido por assuntos internos.

    Zuckerberg esteve, em abril, 10 horas no Congresso americano. Não aceitou os pedidos do parlamento britânico para prestar declarações, mas aceitou falar, em direto para a Internet, com os representantes europeus. Em cima da mesa está o caso Cambridge Analytica e o uso indevido de dados pessoais pela empresa. Foram mais de 80 milhões de perfis, sendo 2,7 milhões utilizadores europeus, a maioria britânicos (e 63 mil foram portugueses).

    O executivo, no Congresso norte-americano, já tinha dito que a solução para os problemas nos Estados Unidos passaria por uma legislação como o RGPD, o novo regulamento europeu geral para a proteção de dados. Porque é que isto é importante? Esta reunião ocorre a três dias da data em que a nova legislação passa a ser plenamente aplicável nos países da União Europeia (25 de maio).

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