O ambiente no interior da Basílica de São Pedro, no Vaticano, é grave, solene. Ainda para mais em dia de consistório. À volta do edifício imponente que encabeça a praça com o nome do mesmo santo, primeiro dos papas, circulam padres, bispos e cardeais em vestes de cerimónia.
A celebração, essa, é relativamente simples. À hora marcada, um cântico, e o Papa Francisco entra na basílica para dar início à celebração. Percorre o corredor central da igreja distribuindo cumprimentos e bênçãos e senta-se na sua cátedra.
Entre a comitiva portuguesa, respirava-se orgulho e satisfação, mas sempre sem esconder a estranheza ao ver D. António Marto no meio daquele cerimonial, com aquelas vestes e com aqueles protocolos tradicionais do Vaticano. “O D. António não é nada destas coisas”, comenta-se por ali. Mas vermelho fica-lhe bem, acrescenta-se. Ninguém esconde o orgulho.
A celebração acabou como começou, discretamente, e o novo cardeal seguiu de imediato para a Aula Paulo VI, nas imediações da Basílica de São Pedro, onde esteve mais de uma hora a cumprimentar todos aqueles que se quiseram dirigir a ele. Antes, houve tempo para visitar o Papa emérito Bento XVI. “Estava bem. Com dificuldade em andar, disse-nos que o que podia fazer por nós agora era rezar”, comentou o cardeal com a imprensa, antes de sentar para a longa sessão de cumprimentos. Esta sexta-feira, o cardeal participa pela primeira vez numa celebração na Praça de São Pedro juntamente com todo o colégio cardinalício, de que agora faz parte.