A porta abriu-se quando o CEO da Volkswagen, Herbert Diess deixou escapar que, no futuro, a estratégia passaria por incutir emoção na racional gama de modelos do construtor de Wolfsburgo. Na altura, discutia-se a continuidade do Beetle, com o responsável máximo da Volkswagen a deixar bem claro que estava fora de questão uma nova geração do icónico modelo nos mesmos moldes das anteriores.

Se queremos fazer o Beetle, um modelo eléctrico seria bastante melhor que a solução actual. Além de que poderia ser mais próximo do modelo que lhe está na origem, já que poderia tornar-se tracção traseira”, disse à Autocar.

Sete meses após essas declarações, o meio britânico voltou à carga. Desta feita, tendo como interlocutor o chefe de Design da Volkswagen. E Klaus Bischoff não mostrou reservas na altura de assumir que, efectivamente, o Carocha está nos planos da marca. Confirma que eléctrico, como tudo levava a crer, mas com uma novidade. Klaus revelou que até já fez uns desenhos, tipo “teste”, do novo Beetle… com quatro portas. E, segundo ele, funciona.

VW vai matar o Beetle em breve. Será mesmo?

Ora, se é verdade que o facto de renascer eléctrico permitirá ao Beetle resgatar parte da sua identidade, já que o novo esquema de propulsão pode devolver-lhe a tracção traseira, não deixa de ser menos verdade que o Carocha está “colado” à imagem de duas portas. Aliás, é bom recordar que a Volkswagen chegou a fazer uns protótipos com quatro portas, mas a ideia nunca foi avante. Mas, segundo Klaus Bischoff, o facto de a nova geração do Beetle ser montada sobre a plataforma MEB – a mesma que serve a nova gama de eléctricos denominada I.D. – é uma vantagem, na medida em que este tipo de arquitectura se presta a oferecer, num modelo mais compacto, uma maior distância entre eixos. Logo, com óbvios benefícios em matéria de habitabilidade.

A má notícia – ou menos boa, se preferirem – é que o projecto não está próximo de sair do papel. Diz Bischoff que, embora esta nova plataforma seja muito flexível, a verdade é que os modelos que nela se baseiam são tecnologicamente complexos. Logo, caros de produzir. A não ser que isso aconteça em grande escala. Portanto, a prioridade vai para modelos de grande volume, como o aguardado Neo, antes de pô-la ao serviço de um nicho do mercado. Dito de outro modo: antes de dois ou três anos, não conte com grandes novidades a este respeito.

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