O ministro da Saúde esteve na quinta-feira no hospital de S. José reunido com a administração e com profissionais, após a carta de demissão de chefes de urgência da unidade, segundo fonte oficial do Ministério.
Em declarações à agência Lusa, fonte oficial do gabinete do ministro Adalberto Campos Fernandes indicou que a “reunião foi profícua” e que se “abriram pontos de colaboração” entre os profissionais, a administração e o Ministério, sem adiantar resultados concretos. “Vai agora continuar a haver um trabalho conjunto para continuar a encontrar soluções”, acrescentou a mesma fonte.
O ministro da Saúde tinha estado nos últimos dias em viagem de trabalho à Grécia, tendo, entretanto, regressado e decidido reunir-se com profissionais do S. José e do Centro Hospitalar de Lisboa Central, que integra aquele hospital, além da Maternidade Alfredo da Costa e de outras unidades.
Na sexta-feira, os chefes de equipa de medicina interna e cirurgia geral do hospital de S. José apresentaram a demissão por considerarem que as condições da urgência não têm níveis de segurança aceitáveis.
Na carta que contém os pedidos de demissão, os profissionais apontam para a consecutiva degradação da assistência médica prestada no serviço de urgência do S. José, considerando que se chegou a uma “situação de emergência”, que impõe “um plano de catástrofe”.
“Os chefes de equipa de medicina interna e de cirurgia geral, responsáveis pelos cuidados médicos de urgência prestados durante o seu período de serviço, consideram que as atuais condições de assistência no Serviço de Urgência do Hospital de S. José ultrapassaram, em várias das suas vertentes, os limites mínimos de segurança aceitáveis para o tratamento dos doentes críticos que diariamente a ele recorrem”, refere o documento.
Os profissionais indicam que a assistência médica prestada na urgência polivalente do Centro Hospitalar de Lisboa Central “tem vindo a sofrer, ao longo dos últimos anos, uma degradação progressiva constatada por todos os profissionais” que lá trabalham.
Consideram que a falta de pessoal não se verifica apenas nas equipas de medicina interna e de cirurgia geral, mas também noutras especialidades implicadas na assistência aos doentes que recorrem ao serviço de urgência.
A situação motivou já uma visita por parte do bastonário da Ordem dos Médicos.