Hamilton e Ronaldo são dois desportistas ímpares, que coleccionam sucesso atrás de sucesso e têm como objectivo bater todos os recordes nas respectivas disciplinas. Mas, curiosamente, as duas estrelas, Lewis Hamilton no automobilismo e Cristiano Ronaldo no futebol, têm mais em comum do que muitos podem pensar.

Ambos de origem pobre, os dois devem a entidades britânicas grande parte do seu sucesso, pois se Ronaldo teve o apoio de Alex Ferguson, treinador do Manchester, nos primeiros anos de estrelato, Hamilton foi o piloto apoiado pela McLaren, de Ron Dennis, quando ainda dava os primeiros passos no karting. De caminho, qualquer dos dois cumpriu recentemente 33 risonhas primaveras e assinaram nos últimos dias contratos de trabalho particularmente bem pagos, na casa dos 30 milhões de euros por ano. Com Hamilton a 34 milhões por ano, contra os 30 de Ronaldo. Mas será que a estrela da F1 bateu mesmo – salarialmente, é claro – o maior dos futebolistas da actualidade?

Hamilton é uma máquina de fazer dinheiro. Apesar de ser um dos pilotos com maior vida social no circo da F1, o inglês é popular, sem dúvida, pela sua exuberância, o que lhe permite ganhar muito mais do que aquilo que recebe da equipa Mercedes AMG Petronas, para quem conquistou os títulos de Campeão do Mundo em 2014, 2015 e 2017. Além dos 34 milhões de euros que a Mercedes lhe paga, em salário anual, Hamilton recebe ainda prémios por desempenho – que são sempre avultados, pois não só ele é um excelente piloto, um dos melhores da grelha, como conduz um dos carros mais rápidos –, o que atira o “ordenado” para um valor próximo dos 36 milhões. A isto impõe-se juntar ainda os cerca de 8 milhões de euros que factura por ano em patrocínios, o que coloca a fasquia na proximidade dos 44 milhões por ano (51 milhões de dólares). Será que o português o bate?

A resposta é “sim”. E com um avanço que até faz Hamilton corar, não por falta de mérito seu, como piloto, mas pela maior popularidade do futebol face à F1. Segundo o mais recente ranking que a Forbes anualmente publica, sempre no início de Junho de cada ano, Ronaldo foi em 2018 o terceiro atleta mais bem pago do mundo. O que é excelente, tanto mais que o líder do ranking, o boxeur Floyd Mayweather, só o foi porque realizou o combate mais bem pago da história (um único) que lhe rendeu 275 milhões de dólares (234 milhões de euros). Isto porque venceu. Mas mesmo o boxeur derrotado, Conor McGregor, levou para casa mais de 68 milhões de euros.

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Mas nem tudo são boas notícias para Cristiano Ronaldo, que liderou a ranking dos mais bem pagos nos últimos dois anos. Não porque ganhe pouco, ou por ter sido batido na lista da Forbes pelo boxeur, mas porque surge no ranking atrás de Lionel Messi, que reuniu 111 milhões de dólares (94,6 milhões de euros), a milhas pois de Mayweather e dos seus 243 milhões de euros.

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Cristiano Ronaldo ganhou 108 milhões de dólares (92 milhões de euros), a pouco mais de uns meros 3 milhões de Messi, mas vai passar a ganhar, só em salários, mais 7 milhões no Juventus. E, a isso, o português ainda vai somar os patrocínios, não os seus tradicionais, como a Nike, mas os restantes associados a Itália, um grande território por desbravar em termos de patrocínios para a estrela nacional da bola. De salientar ainda que Ronaldo, entre os cinco primeiros do ranking, dá 10 a zero aos adversários, sendo o único que factura 47 milhões de dólares em apoios publicitários, contra 27 de Messi ou 10 de Mayweather.

Se estar atrás de Messi lhe deve provocar alguma urticária, o facto de estar, no ranking de 2018, à frente de Neymar, o jogador pelo qual o Madrid o queria trocar (queria, pois já se sabe que o dinheiro dos árabes do PSG falou mais alto do que os espanhóis do Real Madrid) deve ser música para os seus ouvidos. Neymar facturou  90 milhões de dólares, mas somente 17 milhões em patrocínios, muito provavelmente todos eles associados a colchões, Hirudoid ou Betadine, tal a sua especialidade em atirar-se para o chão para arrancar faltas…

Regressando à comparação, entre Hamilton e Ronaldo, se o português esteve no top 3 do ranking, com 108 milhões de dólares, o britânico Lewis Hamilton não passou da 12ª posição da lista, com 51 milhões de dólares, incluindo os 9 milhões de dólares de patrocínios. Ainda na F1, o segundo piloto mais bem pago é Vettel (42,3 milhões de dólares) e Fernando Alonso é 39º (33 milhões), sendo estes os únicos ases da F1 nos 100 primeiros, segundo a Forbes.