Imagine-se o leitor ao volante do seu automóvel. Ambiente acolhedor, temperatura perfeita, comodamente sentado ao comando, uma música suave embala-lhe os sentidos, tudo no melhor dos mundos, no seu espaço, de que é dono e senhor.

Tão perfeito, tão confortável é o momento, que lhe apetece partilhá-lo com amigos, e telefona, atende o telefone, escreve um sms. Se calhar bebeu antes de viajar, estava calor e o branco fresquinho, estava frio e o tinto aquece a alma, ou é de espírito aventureiro, carrega no acelerador, já vai nos 180, um pouco mais, a temperatura continua perfeita, a música continua suave, chega aos 200, há um rio de adrenalina a correr-lhe nas veias, e depois.

Depois, sai da estrada, perde o domínio, devagar, depressa, assim-assim. E ainda que nada de fisicamente dramático tenha acontecido, o conforto acabou. O Mundo lá fora é hostil, desagradável, incómodo: chove, ou faz calor, há transeuntes indignados com a sua manobra, a polícia chegou, tem de aguardar, espera minutos, ou horas, vem o reboque, há a perícia, espera, pelo que for.

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.