A esperança de Son Heung-min evitar o serviço militar obrigatório continua viva, com a qualificação da seleção da Coreia do Sul para a final dos Jogos Asiáticos a deixar o astro do Tottenham a um pequeno passo de poder continuar a sua carreira futebolística nos palcos internacionais. A formação sul-coreana eliminou o Vietname nas meias finais por 3-1 e vai enfrentar o Japão no derradeiro encontro, marcado para sábado.

No encontro desta quarta feira, os sul-coreanos superiorizaram-se à equipa vietnamita e começaram a desenhar o triunfo logo aos sete minutos, com um golo de Lee Seung-Woo a abrir  marcador. Aos 28′, Hwang Ui-jo dilatou a vantagem e, já no segundo tempo, o jovem avançado do Hellas Verona, autor do primeiro tento, viria a bisar na partida (55′) e assinar o terceiro golo que colocaria a Coreia do Sul na final. Tran Ming Vuong apontou o golo solitário do Vietname, aos 70 minutos.

Na outra meia final, o Japão teve mais dificuldades em levar de vencida a formação dos Emirados Árabes Unidos, mas os nipónicos acabaram por sair do encontro com o triunfo graças ao golo de Ayase Ueda, aos 78 minutos.

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A Coreia do Sul começou os Jogos Asiáticos com uma vitória por 2-0 sobre o Irão, seguindo-se o Uzbequistão nos quartos de final da prova. Aí, Son Heung-min quase viu a vida andar para trás, com um empate a três no tempo regulamentar a só ficar resolvido depois de recorrer a prolongamento: Hwang Ui-jo assinou um hat-trick nos 90 minutos e, já depois de Alibaev deixar o Uzbequistão a jogar com dez elementos, Hwang Hee-Chan fez, de grande penalidade, o 4-3 com que a Coreia do Sul seguiria em frente.

Ora, mais do que o peso desportivo de um troféu conquistado ao serviço do seu país, a conquista dos Jogos Asiáticos é fulcral para o futuro pessoal e profissional do avançado dos Spurs: Son tem de cumprir serviço militar obrigatório no seu país antes dos 28 anos e, num momento em que se encontra com 26, a vitória nos Jogos Asiáticos surge como a última oportunidade do atleta evitar passar dois anos a utilizar armas do exército ao invés de chuteiras de futebol.

Isto porque o governo coreano disponibiliza-se para o dispensar do serviço militar obrigatório caso Son traga mérito para o seu país, ou, num critério um tanto ou quanto personalizado para o jogador do Tottenham, uma medalha de ouro para a sua seleção.

O drama de Heung-Min Son: estrela do Tottenham pode ter de trocar as chuteiras e os relvados de Londres pelas armas e armaduras coreanas

Esta é a última oportunidade para Son conseguir dispensa da atividade militar. Tal poderia ter sido alcançada com uma medalha nos Mundiais ou em Jogos Olímpicos, mas nunca aconteceu. Em 2012, a Coreia do Sul até conseguiu a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres, mas Son tinha pedido dispensa da convocatória para ganhar o seu espaço no Hamburgo, onde começava a despontar para o futebol europeu.

Em 2014, já no Bayer Leverkusen, teve a oportunidade de acompanhar a sua seleção nos Jogos Asiáticos que a Coreia do Sul até venceu, mas, quando Son se preparava para viajar para o seu país, sede do torneio desse ano, o clube alemão recusou-lhe a permissão para viajar, impedindo-o assim de marcar presença na seleção vencedora do torneio.

Agora, Son Heung-min tem uma última esperança. Sábado, frente ao Japão, a Coreia do Sul jogará a final dos Jogos Asiáticos, mas também o futuro daquela que é a sua maior figura desportiva e principal imagem do futebol sul-coreano fora de portas. Em caso de vitória, Son Heung-min voltará ao Tottenham e poderá prosseguir a sua carreira de sonho; caso perca, poderá ter pela frente um pesadelo de dois anos.