A Comic Con Portugal realizou-se pela primeira vez em Oeiras, no passeio marítimo de Algés, depois de estar vários anos na Exponor, em Matosinhos. Neste conceito outdoor que marcou “um novo início”, como contava o responsável máximo da organização antes do início, não faltaram novidades, convidados especiais, videojogos, referências a filmes e a séries de televisão. Em 7 pontos, deixamos o principal destes últimos quatro dias.

Os jogos, as séries e o cosplay continuam, mas a Comic Con Portugal em Oeiras “é um novo início”

A luva de Thanos, o dragão da Guerra dos Tronos e as “ativações”

“Muitas marcas estão aqui representadas com ativações”, contava Paulo Rocha Cardoso, na passada quarta-feira, numa visita guiada a jornalistas ao espaço da Comic Con Portugal (que ainda estava a acabar de ser montada). A palavra “ativações” é o termo bonito para se dizer “várias marcas estão aqui a fazer publicidade de forma original”. Não é um conceito novo e é inerente à Comic Con. Resultado de 2018? Uma luva de Thanos (vilão do mais recente “avengers”) de 125 euros à disposição dos visitantes para tirar fotografias ou um dragão gigante da “Guerra dos Tronos” para quem quisesse passar por Khaleesi. Porque não?

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A réplica da Infinity Gauntlet, como o Martelo de Thor, dos filmes dos Vingadores, estavam em exposição numa das tendas de brinquedos. O comum era ver filas com vários visitantes a quererem uma fotografia com os raros adereços (no sábado, a luva de 125 euros já tinha esgotado)

Estas não foram as únicas “ativações” que animaram o recinto entre as várias tendas-pavilhões que acolhiam os painéis. A Disney fez um casting de voz para o próximo filme de Wreck-It Ralph e houve também zombies gigantes da série “The Walking Dead”, ao estilo do Carnaval de Torres Vedras, a assustar os visitantes. A maioria das marcas presentes aproveitou o novo ambiente de festival da Comic Con para, ao ar livre, fazer publicidade aos seus produtos.

A cabeça de um dragão da série da Guerra dos Tronos foi uma das novidades deste ano. Inúmeros visitantes fizeram fila para tirar uma fotografia no topo. Segundo Paulo Rocha Cardoso, é um exemplo das possibilidades de se fazer o evento ao ar livre, em Oeiras (sim, ironicamente, o exemplo foi com um Dragão)

As pessoas mascaradas… desculpem, que fazem cosplay

Uma Comic Con sem cosplay é como um concerto sem músicos. Estes visitantes são parte do próprio evento e muitas vezes são as estrelas. “Tirei mais de duzentas fotografias com pessoas”, contou ao Observador um destes fãs “mascarado” de uma personagem da Guerra das Estrelas.

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O resultado é como um carnaval a celebrar a cultura pop. O ar livre pode ter dificultado alguns fatos, devido à chuva que caiu nas manhãs de quinta e sábado. Contudo, o novo recinto trouxe também camarins para estes fãs que utilizam os dias do evento para serem “alguém diferente por um dia”. Assim tiveram melhores condições para estarem sempre preparados para uma fotografia.

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A “Oeiras Experience” e uma Comic Con também virada para o gaming

Nos próximos dois anos o evento que se realizava na Exponor está assegurado no Passeio Marítimo de Algés. A Câmara Municipal de Oeiras até teve direito a uma tenda “Oeiras Experience”, com várias consolas e puffes para os visitantes descansarem. Em cerca de 100 mil metros quadrados, o que faltava eram lugares de descanso e, desta forma, a autarquia local “ativou” a sua marca com uma presença focada no universo dos videojogos. Além de dar sacos e T-shirts, nesta tenda havia carregadores para todo o tipo de smartphones e várias consolas com ecrãs de alta definição.

A Oeiras Valley foi uma tenda promovida pela Câmara Municipal de Oeiras que tinha inúmeros puffes para os visitantes descansarem e consolas de jogos

Foi também nos videojogos que a Comic Con viu a maior aposta em termos de espaço. Apesar de haver tendas para a cultura asiática e espaços Kids, as tendas-pavilhões para o jogo “PlayerUnknown’s Battlegrounds” e a que era dedicada a todo o tipo de gaming tiveram sempre grande afluência, principalmente do público mais novo, que queria experimentar novos jogos como o “Homem-Aranha” ou o “Super Smash Bros”.

Durante o evento decorreu um torneio profissional de videojogos, na tenda dedicada apenas ao videojogo “PlayerUnknown’s Battlegrounds”

As novidades: o jogo do Homem-Aranha, uma nova série da Disney e Uma Nêspera no Cu em musical

“Não queres ir ver os super-heróis?”, perguntava uma mãe. “Não, quero ir jogar o Homem-Aranha”. A Comic Con é sinónimo de cultura pop, um termo cada vez mais abrangente. Prova disso foi a aposta da Sony em mostrar, um dia antes do lançamento, a 7 de setembro, o novo videojogo do Homem-Aranha que foi um dos espaços favoritos de quem passou pela Comic Con.

O espaço dedicado ao novo videojogo do Homem-Aranha em exclusivo para a Playstation 4 foi um dos que teve mais afluência no evento

Contudo, o videojogo do super-herói criado por Stan Lee não foi a única novidade na Comic Con Portugal. A nova série da Disney, “Big Hero 6: Baymax Returns”, e o filme “O Mistério da Casa do Relógio”, foram apresentados em ante-estreia no evento. Aproveitando o este espaço ‘geek’, Nuno Markl, que durante os 4 dias da Comic Con teve edições especiais do programa a Cave do Markl onde falou com os convidados numa das tendas-pavilhões (e até recebeu de surpresa uma bebida do ator Dolph Lundgreen este domingo), revelou que “Uma Nêspera no Cu — O Musical” vai estrear em 2019 e vai ter espetáculos ao vivo em Lisboa e no Porto.

Nuno Markl e a NOS juntaram-se e, durante os quatro dias do evento, fizeram em direto da Comic Con o programa “A Cave do Markl” com uma mini-réplica da cave utilizada pelo humorista para o programa

O merchandising ao ar livre (e sem espadas em metal)

A mudança da Comic Con significou mais espaço e um conceito “outdoor”, mas também trouxe regras de segurança mais apertadas. As conhecidas lojas de produtos de séries, filmes e banda-desenhada continuaram a existir, agora em barraquinhas ao ar livre. Contudo, houve uma grande mudança. Em edições anteriores, em Matosinhos, era possível adquirir espadas em metal e bastões realistas de personagens destas séries fictícias. Este ano, apenas era possível comprar os produtos mais inofensivos, de esponja e sem ser de metal.

Vários stands do evento tinham para venda figuras de séries de anime

Mesmo assim, entre as várias tendas-pavilhões não faltaram lojas com produtos importados. Mesmo com sol e sem estar num espaço fechado, quem quisesse comprar bebidas japonesas, t-shirts de filmes e desenhos animados ou figuras colecionáveis de animes como o Dragon Ball, não ficou desiludido (a não ser quando se ouvia “isso já esgotou na quinta-feira”).

Estes produtos importados à venda em vários stands eram alusivos a várias séries e filmes da cultura Pop

Os autógrafos, os painéis e os convidados

O que têm em comum Dan Fogler (ator de “Os Monstros Fantásticos e onde Encontrá-los”), Nicholas Hoult (ator de X-Men), Dolph Lundgreen (ator de “Rocky IV”, “Máquinas de Guerra” e muito mais), Maurício de Sousa (criador da Turma da Mônica) e Chris Claremont (autor de livros de banda-desenhada dos X-Men)? Estiveram todos na Comic Con Portugal em 2018.

Chris Claremont foi um dos artistas presentes no evento que autografou as BDs que criou aos fãs

Apesar de serem os grandes nomes anunciados para esta edição do evento, não foram os únicos a marcar presença. Nomes como Diogo Morgado, Joe Prado, Mark Waid, SirKazzio e Filipe Melo, entre muitos outros, estiveram também na Comic Con em Oeiras, onde além de participarem em painéis nas várias tendas-auditórios do recinto, deram autógrafos e tiraram fotografias com os visitantes. Destes convidados, o Observador, em curtas entrevistas, falou com Nicholas Hoult e Maurício de Sousa.

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Os jogos de tabuleiro, a cultura pop asiática e, claro, a BD

A Comic Con pode ter tido novidades como a tenda New Media, que levou YouTubers ao evento, mas não deixou de ser um evento focado nos seus ingredientes mais habituais. A tenda-pavilhão dedicado aos jogos de tabuleiro, os vários stands com banda-desenhada, a tenda dedicada a novos artistas deste género e o espaço de cultura asiática (que tinha concerto de K-Pop), demonstraram isso mesmo.

Vários stands vendiam comics e figuras colecionáveis