Nicholas Hoult é um dos convidados especiais da quinta edição da Comic Con Portugal. O jovem ator britânico de 27 anos começou a carreira com apenas 7 anos e, aos 13, ganhou maior visibilidade quando contracenou com Hugh Grant no filme “Era Uma Vez Um Rapaz”. Papéis na televisão, como o de Tony Stonem, na série “Skins”, já não definem só o jovem ator que, nos últimos anos, participou em grandes filmes como o remake da saga de X-Men, “Mad Max: Estrada da Fúria” e, brevemente, interpretará J.R.R. Tolkien no filme biográfico sobre o escritor de O Senhor dos Anéis. Fora dos ecrãs, Hoult é também alvo de histórias, principalmente pela relação de cinco anos que teve com a atriz Jennifer Lawrence.
O ator esteve em Portugal apenas na sexta-feira e no sábado e cruzou-se com o Observador para uma curta entrevista. Falou sobre já ter estado em Albufeira, pastéis de Belém (“um momento mesmo especial”) e sobre o que é ser um jovem ator. Deixou ainda um desejo: “Adorava contracenar com o Jack Nicholson”. Leia a entrevista:
É a primeira vez que vem a Portugal?
É a segunda vez.
Quando foi a primeira?
Vim há 10 anos, fui ao Algarve.
Férias com a família?
Não, com amigos. Depois de acabarmos os nossos exames.
Qual foi a cidade que visitou?
Não me lembro…
Albufeira?
Sim! Sim [essa cidade]. Lembro-me de ser muito bonita, solarenga e as pessoas serem todas muito simpáticas e amáveis. Desta vez só vou conhecer Lisboa, parto esta noite [sábado] porque tenho filmagens. Mas quero voltar e visitar o Porto, tenho ouvido coisas fantásticas da cidade.
E até agora, o que gosta mais do país?
As pessoas e a comida. E estão par a par. Tenho apreciado bastante a cultura e como todas as pessoas são. É muito bom ver, nem que seja apenas um vislumbre, como as pessoas vivem aqui. E adorei os pastéis de nata. Estive em Belém… Ohh! Foi um momento mesmo especial da minha vida [risos].
Numa entrevista ao Telegraph, recentemente, falou do medo que tem em dizer alguma coisa que possa ser interpretada fora do contexto. Como gere isso?
Tento não falar muito [risos]. É preciso ser-se muito cuidadoso com o que se diz e qual é intenção por detrás do que se está a tentar passar. Vejo pessoas ficarem em más situações e serem mal interpretadas.
Alguma história que tenha acontecido que nos possa contar?
Não há nenhuma que possa contar sobre mim pessoalmente. Penso que… [pausa] Não, nenhuma.
Sendo cada vez mais conhecido devido aos filmes em que tem participado, qual é a maior dificuldade que tem no dia-a-dia?
[Pausa] Provavelmente encontrar tempo. Quando se está a trabalhar num filme consome-se muito tempo. Isso passa a ser tudo. São dias longos, está-se muito longe de casa. Mas é preciso balancear, manter a vida pessoal saudável e dedicar o tempo suficiente ao trabalho. Atualmente as coisas são diferentes, porque toda a gente tem câmaras nos telefones e isso pode ser difícil de gerir. Há a sensação de se estar sempre a ser observado.
Mas sente sempre um fardo por causa disso?
Mais ou menos. Tenho sorte, a maior parte das vezes consigo passar despercebido.
Como? Com fatos ou uma peruca?
[Risos] Normalmente uso um chapéu. Nunca utilizei um disfarce… Por acaso utilizei uma vez, na Comic Con em San Diego, porque queria ir ver o evento. Comprei uma máscara e fui passear.
Já esteve em vários filmes e séries, qual o trabalho de que se orgulha mais?
[Pausa] Não tenho a certeza. Estou orgulhoso de todos por razões diferentes. O que estou a aprender é a não sentir o que sinto de cada trabalho com base nas reações das pessoas. Se um filme é ou não bem recebido, isso não pode influenciar o que se sente em relação ao trabalho. Tem que se sentir no momento [depois de se ter feito o filme]. Obviamente que há marcos [na minha carreira], como quando fiz o filme Equals [Iguais], com a Kristen Stewart.
Já trabalhou com bastantes atores. Falou na conferência de imprensa que tinha contracenado com Kelsey Grammer [nos X-Men], mas também com o Benedict Cumberbatch, entre muitos outros. Mas com quem ainda falta contracenar?
Adorava contracenar com o Jack Nicholson. Bastava uma cena. Qualquer coisa, apenas trabalhar com ele e ver o processo dele. Presumo que seja uma pessoa divertida para se fazer cenas.
Séries ou filmes, o que gosta mais de fazer?
Gosto de filmes porque têm histórias que estão contidas num determinado período de tempo. Contudo, se se encontrar uma personagem que se goste mesmo, é divertido explorá-la na televisão, em que há mais tempo. Gosto dos dois por motivos diferentes, não consigo escolher um preferido.
Tolkien é um dos filmes que tem a estrear. O que podemos esperar do filme?
Não sabia muito do J.R.R.Tolkien antes de ler o guião e começar a estudar a personagem. No filme vai ser possível aprender o que influenciou a vida dele, as experiências que teve, as relações e o que passou para criar as obras-primas que fez. É um filme para quem gosta do autor e das histórias que criou, mesmo para quem não goste dos Senhores do Anéis vai poder identificar-se com o Tolkien como pessoa.
Interpretar a Fera, nos X-Men, foi um dos papéis que lhe deu mais visibilidade. Como preparou a personagem? Falou com Kelsey Grammer [a Fera nos primeiros filmes] para o papel?
Não tive a oportunidade de falar com o Kelsey Grammer antes de fazer o papel, mas conheci-o depois de o fazer. Há uma cena em que aparece [no final do primeiro remake]. Mas ajudou-me indiretamente porque vi muitas vezes o papel que tinha interpretado. E vi uma quantidade enorme de “Frasier” [spin-off da série “Cheers”, com a personagem principal interpretada por Kelsey Grammer]. Nunca tinha visto antes a série.
É fã de livros de banda-desenhada? Algum super-herói favorito?
Sim. Neste momento estou a gostar bastante do que os filmes do Deadpool que estão a fazer. E também dos X-Men.
E que filme ainda quer fazer na sua carreira?
Um dos meus filmes preferidos é o “Despertar da Mente”. Quero fazer um filme semelhante a esse.