Florence já chegou à Carolina do Norte. O olho do furacão entrou no território norte-americano a partir da praia de Wrightsville, em Willmington, às 7h15, hora local (12h15), com rajadas de vento de 145 km/h, que entretanto aumentaram para 169 km/h. Segundo o meteorologista Gannon Medwick, este é o segundo valor mais alto alguma vez registado na região. O primeiro, de 217 km/h, diz respeito ao furacão Helene, que devastou a região em setembro de 1958.
Wilmington officially recorded its second highest wind gust ever: 105 mph. (135 mph Hurricane Helene, 9 / 27 / 1958)
— Gannon Medwick (@medwick) September 14, 2018
O Florence, cuja intensidade diminuiu ligeiramente nas últimas horas desta quinta feira, tendo mesmo descido para a categoria 1, já estão a provocar chuvas intensas e ventos fortes na costa da Carolina do Norte, à medida que o olho vai entrando no estado no sudeste dos Estados Unidos da América. O serviço nacional de meteorologia chegou a emitir um aviso de tornado para as localidades de Hollister, Centerville e Castalia durante a madrugada desta sexta-feira.
Em Pamlico Sound, onde fica a maior lagoa da costa este dos Estados Unidos da América, e na ilha Emerald, os níveis da água continuam elevados e espera-se que continuem a aumentar à medida que a maré vai subindo. Nesta última, o nível da água tem mais dois metros do que seria normal.
Já há ruas inundadas várias localidades inundadas e centenas de pessoas estão sem eletricidade, segundo o The Guardian. Uma das cidades mais afetadas é New Bern, onde 150 pessoas ficaram presas devido à subida do nível das águas. As autoridades estão neste momento a tentar resgatá-las.
Hurricane #Florence 4 am EDT Update. Eyewall of Hurricane Florence is beginning to reach the North Carolina coast. pic.twitter.com/mg3ntPPhIQ
— National Hurricane Center (@NHC_Atlantic) September 14, 2018
Autoridades esperam inundações sem precedentes
O Florence, que chegou a ter ventos máximos de 220 quilómetros/hora como furacão de categoria 4, baixou para categoria 2 (na escala de intensidade de Saffir-Simpson de um máximo de 5) entre quarta e quinta-feira, e continuou a enfraquecer ligeiramente. Esta sexta-feira já entrou na categoria 1, a mais baixa. Apesar da perda de força, os peritos alertam que se trata de um sistema de grande tamanho, muito bem organizado, que mantém o seu potencial destrutivo pelo perigo de marés ciclónicas, inundações e precipitações intensas, à sua passagem.
A Agência Federal para a Gestão de Emergências apontou que o maior perigo que representa a tempestade é a “tremenda quantidade de água” que vai descarregar ao passar pela Carolina do Norte, Carolina do Sul e Virgínia, na costa leste dos EUA, produzindo “inundações repentinas que ameaçam a vida”.
Segundo o provável padrão de trajetória, de acordo com o NHC, o olho do furacão aproximou-se esta quinta-feira à tarde das costas das Carolinas e esta noite ou sexta-feira deverá mover-se para perto ou sobre a costa sul da Carolina do Norte e leste da Carolina do Sul. Não são esperadas grandes alterações na intensidade do sistema antes que o seu olho toque terra, na costa sudeste norte-americana, com uma debilitação progressiva à medida que se mova terra dentro.
Com a aproximação aos Estados Unidos da América do Florence, cujos ventos e chuvas já começaram a sentir-se esta quinta-feira, o NHC emitiu um aviso de maré ciclónica na zona, com o NHC a alertar para a “possibilidade de inundações que ameaçam a vida” devido a um aumento do nível do mar, “movendo-se terra dentro”. Devido a esta perigosa maré ciclónica, áreas que são normalmente secas perto da costa deverão inundar-se devido a um aumento do nível do mar, que poderá alcançar até quatro metros, com possíveis “ondas grandes e destruidoras”.
Seguindo os conselhos das autoridades, os norte-americanos têm, nos últimos dias, preparado a chegada do Florence. As prateleiras dos supermercados estão vazias, as casas foram forradas com madeira para evitar mais estragos, foram colocados no exterior das portas e subidos os portões de cheia devido à possibilidade de inundações.
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Pelo menos 10 milhões de pessoas vivem nas zonas que estavam sob aviso na quarta-feira. Algumas cidades foram evacuadas, afetando cerca de 2,4 milhões de pessoas. Nestas zonas, as autoestradas tornaram-se em estradas de sentido único.
Além do Florence, no nordeste do Atlântico está ativa a Helene, que desceu de furacão para tempestade tropical nas últimas horas. A Helene arrasta ventos máximos de 110 km/h e desloca-se em direção ao norte do Atlântico, com uma velocidade de 22 km/h, pelo que não representa uma ameaça para zonas populosas.
A tempestade estava às 19h a 1.825 quilómetros a sudoeste da base aérea das Lajes, na ilha Terceira, nos Açores, e os peritos estimam que deverá continuar a perder força nas próximas 72 horas. Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, os efeitos do Helene deverão começar a fazer-se sentir a partir da tarde de sábado no grupo ocidental dos Açores, ilhas das Flores e do Corvo.
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