Um antigo colega de turma, na Universidade de Yale, acusa Brett Kavanaugh de ter mentido quando prestou declarações no Comité Judiciário do Senado, na quinta-feira passada. Chad Ludington garante que o juiz não contou a verdade sobre a forma como consumia álcool durante a juventude.

O juiz, indicado por Donald Trump para o Supremo Tribunal, foi ouvido depois de ter sido acusado de atacar sexualmente uma mulher, durante uma festa há mais de 30 anos. No relato de Christine Ford, a alegada vítima, Kavanaugh estaria embriagado quando a empurrou para cima de uma cama e tentou despi-la. E, desde a denúncia, surgiram várias histórias sobre esses tempos de faculdade e do alegado descontrolo de Kavanaugh.

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Aos senadores, o juiz garantiu que nunca se embebedou ao ponto de perder a consciência. Numa declaração citada pelo The New York Times, o antigo colega, agora professor na Universidade Estadual da Carolina do Norte, garante que, pelo contrário, viu várias vezes Kavanaugh a cambalear por causa do consumo de álcool e que o juiz “aligeirou a frequência e o nível” com que isso acontecia. Mais: seria comum tornar-se “beligerante e agressivo” quando estava bêbedo.

O testemunho pode ser particularmente relevante, uma vez que mentir ao Congresso é ilegal. Chad Ludington diz que vai fazer chegar estas informações ao FBI, mas ainda não é claro que sejam tidas em conta na investigação aberta ao juiz, depois das acusações de abuso sexual. Essa investigação está, aliás, a ser alvo de críticas do lado dos democratas, que dizem que os limites que foram impostos às diligências do FBI são uma farsa e impedem que a verdade seja apurada quanto ao que aconteceu.

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Para já, os investigadores podem ouvir apenas quatro testemunhas, com limitações também quanto às pistas que podem ser seguidas, sempre num prazo limite de uma semana.