Coube a Sevilha acolher a mais recente edição dos Goya, a cerimónia que distingue as melhores produções no cinema espanhol, mas foi fora do ecrã que as atenções se fixaram na noite de sábado, 2 de fevereiro, quando Jesús Vidal subiu ao palco para receber o prémio revelação como ator e contagiar o público com a sua intervenção. “Vocês não sabem o que fizeram”, comentava o premiado, com a voz embargada pela emoção.

Aos 43 anos, e sem experiência na representação, como a maioria dos seus colegas no título em questão, Vidal destacou-se em “Campeones” (“Campeões”, 2018), a longa-matragem de Javier Fesser que acompanha as andanças de um treinador de basquetebol condenado a cumprir serviço comunitário, e a orientar uma equipa composta por atletas com deficiência mental.

“Que emoção! Muito obrigado”, acrescentou Jesús, cuja mensagem mais relevante foi dirigida a quem decide. “Senhores da Academia, distinguiram um ator incapacitado. Ocorrem-me apenas três palavras: inclusão, diversidade e visibilidade. Que emoção sinto!”

A noite que valeu ainda o prémio de melhor filme para o mesmo “Campeões”, fez-se também de outros galardoados, caso do thriller “O Reino”, sobre a corrupção em Espanha, que arrecadou o maior número de troféus; do brilho habitual na passadeira vermelha, e de atuações como a da mais recente estrela do flamenco Rosalía.

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