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  • Mais de quatro horas depois de ter começado, chega ao fim a audição a Florbela Lima, a especialista da EY responsável pela auditoria aos atos de gestão da Caixa Geral de Depósitos entre 2000 e 2015. Obrigado por ter acompanhado no Observador.

  • Florbela Lima explicou a forma como a EY recolheu informação para a auditoria aos atos de gestão da Caixa Geral. “Quem ouvimos? Tomámos a decisão de chamar os diferentes presidentes do conselho de administração e dar-lhes a possibilidade de eles chamarem quem entendessem. E reunimo-nos as vezes que eles entenderam. (…) O procedimento não foi igual para todos. Alguns vieram sozinhos e só tiveram uma reunião. Outros preferiram várias reuniões e vieram com a sua equipa”, disse. Assim se explica o porquê de a EY não ter conseguido ouvir Armando Vara: o presidente do conselho de administração da altura, Carlos Santos Ferreira, não quis.

  • EY admite não ter recebido informação concreta sobre alguns créditos dos maiores devedores

    Em várias das operações de crédito ou outras relativas aos maiores devedores da Caixa Geral não foi disponibilizada à EY informação que permitisse fazer a ligação entre a operação e a restante documentação de suporte, informou a técnica da consultora Florbela Lima. Também existem determinadas condições relativas a alguns créditos que não estão vertidas em contrato.

  • Já na segunda ronda de perguntas, Mariana Mortágua (BE) insiste sobre a falta de informação que a EY encontrou durante a auditoria. “O Work Stream 1 parte de 246 operações. Dessas, 60 não são analisadas porque não há informação. O que existe? O que foi identificado? O que há?”, pergunta a deputada .bloquista. “Sabemos quem são os devedores, e os montantes”, responde Florbela Lima, acrescentando que há parte da informação que foi analisada enquanto concessão de crédito, outra que foi analisada no capítulo de reestruturações ou noutros capítulos do trabalho.

    Ou seja, conclui Mariana Mortágua, “eu não consigo perceber se estas dívidas registadas e referentes a algumas das empresas que aqui constam foram imparizadas ou abatidas”. “Exatamente”, responde Florbela Lima.

  • Paulo Sá (PCP) pergunta a Florbela Lima se encontraram provas em como a CGD informou a tutela sobre os principais incumprimentos. “Qual foi o fluxo de informação com a tutela?”. A técnica da EY responde que as comunicações com o acionista Estado estão todas identificadas no relatório.

  • Minutos mais tarde, depois de ter pedido tempo para confirmar, Florbela Lima diz que a interpretação de Cecília Meireles está correta: a referência ao “Grupo financeiro nacional” é mesmo ao Grupo Espírito Santo. “Nos exercícios de 2014 e 2015 o Grupo CGD acumulou prejuízos no montante de €519 milhões (€348 milhões em 2014 e €171,5 milhões em 2015)”, indica a auditoria da EY.

  • CDS-PP pretende saber se “o Grupo financeiro nacional” apontado na auditoria como o responsável pelos maus resultados da CGD em 2014 e 2015 era o Banco Espírito Santo. A informação a que se refere Cecília Meireles está disponível nesta página do relatório:

  • "Esta é a auditoria certa para elencar quem fez o quê"

    Cecília Meireles (CDS-PP) considera que nos termos de referência para esta auditoria da EY se fala em aprofundar a informação acerca de indícios de práticas ilícitas, com vista ao apuramento de responsabilidades. Mas a auditoria não dá esse passo, não avalia qualititavamente as decisões ou justificações dadas pelos responsáveis da CGD acerca dos créditos que geraram perdas.

    “Qual seria a auditoria certa para fazer isto?, pergunta a deputada do CDS. “Esta auditoria é certa, na medida em que elenca o que foi cumprido ou não, quem foram os intervenientes ou não. O que não fomos contratados para fazer foi dar esse passo seguinte. É um passos essencial para esse passo seguinte”, diz Florbela Lima.

  • Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, pergunta a Florbela Lima se conseguirá encontrar nesta auditoria informação relativa a créditos concedidos a entidades no universo do antigo BES. “Com base no relatório os deputados conseguirão ver que entidades analisámos (…) mas não conseguirá ter uma análise da posição total desse devedor, apenas a informação relativa a determinada operação”.

    A deputada do BE também pediu acesso à ficha personalizada de cada um dos maiores devedores da CGD identificados na auditoria da EY.

  • PS vira-se para a operação da CGD em Espanha. “Teve várias faces, mas a sucursal acabou por ser o primeiro ‘banco mau’ da banca portuguesa”. Entre 2006 e 2011 foi passado um conjunto de créditos por forma a limpar os balanços. EY ainda perguntou se se aplicava o sigilo bancário espanhol, uma vez que a pergunta diz respeito a operações fora do território nacional. Mas, ainda assim, confirmou que “houve cedências de créditos” que acabaram por resultar em limpeza de balanços da Caixa Geral.

  • “Ficámos confortáveis com as pessoas da CGD com quem reunimos e com quem conseguimos falar” a propósito do trabalho de auditoria, diz Florbela Lima. “Se fosse hoje daria uma lista de outras pessoas com quem falar, mas à data falámos com quem entendemos que deveríamos falar”, conclui.

  • O deputado do PS João Paulo Correia pergunta à EY se a auditoria “decorreu, em termos metodológicos, da mesma forma que decorreria se se tratasse de um banco privado”. “Diferencia-se de alguma forma de uma auditoria a um banco privado?”, insiste.

    Florbela Lima diz que a auditoria é “naturalmente enviesada” por causa do âmbito de análise, a créditos problemáticos num período alargado de tempo, 16 anos (2000-2015). “Processo de recolha de informação tornou atípico o trabalho”, completou.

  • "Perdas não podem ser diretamente relacionadas com não cumprimento de normas"

    “O facto de termos uma perda não pode ser diretamente relacionado com o facto de não terem sido cumpridos os normativos internos da CGD. Existem muitos outros fatores”, diz Florbela Lima. A técnica da EY recusa-se a extrair conclusões (e também considerações valorativas) acerca do trabalho elaborado, como pretendem os deputados do PSD. Na mira dos sociais-democratas estão os anos entre 2005 e 2008, anos de governação socialista e nos quais estava à frente da CGD.

    “Não avaliámos a qualidade das explicações dadas pelos responsáveis da CGD”. A audição evolui numa toada de pergunta e resposta entre a técnica da EY e a deputada do PSD Inês Domingues.

  • Florbela Lima cita várias páginas da auditoria final da EY à CGD. Pode consultá-la aqui, na versão sem rasuras:

    Pode ler aqui na íntegra, sem nomes ou números rasurados, o relatório final da auditoria à CGD

  • EY insiste: não fará juízos de valor acerca de operações ou de anos em que foram feitas

    PSD insiste. Quer que a EY confirme que foi nos anos entre 2005 e 2008 (anos que coincidem com a governação socialista de José Sócrates) que tiveram origem os créditos mais ruinosos para a CGD. Florbela Lima confirma que nesses anos a EY identificou operações “com perdas avultadas”. A responsável já tinha dito anteriormente que a EY não faz juízos de valor sobre as operações em causa, apenas as regista e identifica os processos de tomada de decisão.

  • Deputada da PSD Inês Domingues pergunta à técnica da EY qual foi o período, o intervalo de anos, em que tiveram origem os créditos e participações que geraram mais perdas e imparidades.

  • "Auditoria foi de nível de complexidade muito elevado"

    “Este trabalho teve um nível de complexidade muito elevado. Devido a vários fatores, nos quais se destacam o período de analise muito alargado, de 16 anos, que atravessa ciclos económicos diferentes e altamente voláteis, com alterações regulatórias extensas”, disse Florbela Lima.

  • Florbela Lima diz que a auditoria da EY sofreu um processo evolutivo ao longo dos 11 meses da sua duração. “Consequentemente houve diferentes versões, mas a EY apenas se considera vinculada pela sua última versão do relatório”, a que foi entregue ao conselho de administração da CGD, diz.

  • Arrancam as audições na comissão de inquérito. EY será a primeira

    Boa tarde. Acompanhe ao minuto a audição de Florbela Lima, partner da consultora EY, que marca o arranque da comissão de inquérito parlamentar aos atos de gestão do banco público. A EY (antiga Ernst&Young) foi a responsável pela auditoria à gestão da Caixa entre 2000 e 2015

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