“O CDS tem um bom líder, está bem entregue. Uma líder na qual eu votei. Acho que o CDS vai conseguir ultrapassar [os últimos resultados]”. Depois de ter ficado de fora do Parlamento Europeu, nas eleições de maio, Pedro Mota Soares despede-se do Parlamento no final desta legislatura. Está fora das listas de candidatos a deputados nas legislativas de outubro devido a uma regra interna da atual liderança do partido e já fez até o discurso de despedida do hemíciclo. Esta sexta-feira esteve no programa de debate político da Rádio Observador, o “Vichyssoise” e rejeitou qualquer hipótese de se candidatar a presidente do partido depois de uma eventual saída de Assunção Cristas.
Pedro Mota Soares realçou a confiança que tem em Assunção Cristas, na qual diz ter votado para a liderança do partido e, num dilema que o levaria a escolher entre a presidência do CDS ou um 49.º lugar na maratona de Nova Iorque (Pedro Mota Soares é um assumido fã de corrida), o ainda deputado mal deu tempo à jornalista de lhe colocar o desafio para já estar a escolher a segunda opção: “A segunda, a segunda, a segunda!”, tudo menos a liderança dos democratas-cristãos.
Sobre as macieiras que irá plantar nos próximos tempos e onde o fará, citando a expressão usada por Adriano Moreira, Mota Soares não foi claro. Certo é que continuará como dirigente nacional do CDS, “a ajudar o partido nas difíceis eleições que tem pela frente”. Disse ainda que vai voltar à sua vida profissional e continuar ligado às questões sociais.
Questionado sobre a escolha de Ursula von der Leyen para presidente da Comissão Europeia, Pedro Mota Soares mostrou-se agradado com a opção por uma pessoa “muito orientada em resultados” e que já “demonstrou o que pode fazer”: “Espero que ela venha a ser presidente da Comissão Europeia”. Enquanto foi ministro da Solidariedade, Trabalho e da Segurança Social, Pedro Mota Soares teve oportunidade de privar bem de perto com Ursula von der Leyen, já que era a alemã que ocupava o lugar ao seu lado no conselho de assuntos sociais. Foi durante esse tempo, entre 2011 e 2015, que Portugal estabeleceu protocolos de formação com a Alemanha, quer a nível da formação escolar, quer ao nível da formação profissional dos portugueses na Alemanha.
“O que acontece em Bruxelas com a Comissão Europeia não é política nacional, mas é verdadeiramente política nacional. São escolhas muito relevantes e que vão influenciar a nossa vida”, disse, acrescentando que “neste momento está sinceramente preocupado com a quebra de convenções que está a acontecer”.
Paulo Portas como Presidente da República ou o Benfica a ganhar a Liga dos Campeões?
A pergunta é feita hipoteticamente em 2026 e, apesar de ter falado da sua preferência clubística, Pedro Mota Soares escolheu mesmo Paulo Portas como Presidente da República. Na resposta ao dilema, Mota Soares descreveu Portas como “a maior inspiração” política que tem e, no dilema seguinte, o democrata-cristão equacionou comprar um vespa a Marcelo Rebelo de Sousa e não a Rui Rio, já que o Presidente está “mais próximo”, geograficamente.
Vichyssoise #2. A Alemã, o Alemão e o Homem da Maratona (com Pedro Mota Soares)