O exército sírio anunciou esta segunda-feira que vai retomar as operações militares contra a região de Idlib, dominada pelos ‘jihadistas’, quatro dias após o anúncio por Damasco de tréguas na região do noroeste atingida por três meses de bombardeamentos.
“Os grupos terroristas apoiados pela Turquia recusaram respeitar o cessar-fogo e realizaram vários ataques contra os civis (…) O exército vai retomar as suas operações militares (…) e responder às agressões” do campo adversário, anunciaram os militares num comunicado divulgado pelos media estatais.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), as forças do regime já recomeçaram os ataques.
“A aviação síria realizou ataques contra a cidade de Khan Sheikhoun no sul da província de Idlib”, precisou a organização não-governamental.
Antes, meios de comunicação social do Estado, noticiaram o disparo de obus por “grupos terroristas” nos arredores da base aérea russa de Hmeimim na província de Latákia, vizinha de Idlib, “que provocaram importantes perdas humanas”.
Desde finais de abril, o regime de Bashar al-Assad, apoiado pelo aliado russo, intensificou os bombardeamentos na província de Idlib e em áreas circundantes, ainda controladas por forças rebeldes e ‘jihadistas’, ambos qualificados de “terroristas” por Damasco.
Os ataques mataram mais de 790 civis e forçaram a fuga de 400 mil pessoas, segundo dados do OSDH.
Com uma população de cerca de três milhões, Idlib é dominada pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS, controlado pelo ex-braço sírio da Al-Qaida).
Desencadeada em 2011, a guerra na Síria já causou mais de 370 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados.