Fruto de um investimento de 5000 milhões, a Dongfeng possui 12,2% da PSA, a mesma percentagem do Estado francês. E esta operação revelou-se uma boa aposta do construtor chinês, controlado pelo governo local, pois o português Carlos Tavares tem garantido que o grupo francês não só sobrevive como cresce de forma sustentada, suportado por bons produtos e por uma estratégia eficaz e com riscos contidos.

Durante as negociações para a fusão com a Fiat Chrysler Automobiles (FCA), a Dongfeng aceitou reduzir a percentagem que detém na PSA, avaliada em 680 milhões de euros, vendendo 30,7 milhões de acções para agilizar o processo. Em troca, os chineses passariam a deter 4,5% do novo gigante formado pela PSA/FCA. Mas a Reuters revelou que a Dongfeng admitiu que podem existir modificações no plano.

Tanto os chineses como os franceses não comentam a situação, mas sabe-se que ambos estão decididos a cortar postos de trabalho na fábrica chinesa que partilham, fruto da parceria Dongfeng Peugeot-Citroën que mantêm em Wuhan, o epicentro do coronavírus. O objectivo é tornar a aliança PSA-FCA mais rentável.

Quando foi anunciada a fusão entre o grupo italo-americano e o francês, o objectivo era tornar a junção operacional cerca de um ano a ano e meio depois, prazo que foi prejudicado pela pandemia Covid-19. Os chineses afirmam agora, segundo a Reuters, que devido à quebra na cotação das acções por causa da pandemia, “é possível que o plano anteriormente acordado com a PSA venha a ser alterado”.

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