Cerca de 59 requerentes de asilo a viver temporariamente na Residencial Beirã, em Lisboa, foram testados para o novo coronavírus durante a tarde deste domingo, disse à Agência Lusa o delegado de Saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo.

A testagem nesta residencial na Rua Professor Lima Basto, na freguesia de São Domingos de Benfica, fez parte de uma megaoperação da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo para testar em massa todos os cerca de 800 refugiados a viver em unidades hoteleiras, segundo confirmou o Observador junto de fontes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e do Ministério da Saúde. Ou seja, não é motivada pela existência de um caso suspeito — que não existe. O objetivo é apenas, segundo fonte do SEF, “controlar os requerentes de asilo”.

A PSP foi solicitada a colaborar pela autoridade local de saúde e pela autarquia para auxiliar na realização de testes de despistagem a alguns refugiados que se encontram em unidades hoteleiras de Lisboa. São testes meramente indicativos para se fazer um ponto de situação sobre a necessidade de cuidados médicos dessas pessoas”, disse ao Observador o porta-voz da direção nacional da PSP, Nuno Carocha.

Durante a manhã estiveram a ser testadas 78 pessoas na Lisbon Bangla Guest House, na Rua Passos Manuel, cujos resultados agora se aguardam. Além de requerentes de asilo, foram também testados dois funcionários da pensão, adiantou a Lusa. Já ontem, segundo adiantou a presidente da Câmara de Arroios ao Observador, Margarida Martins, foram testadas cerca de 30 pessoas que viviam numa pensão na Rua de Arroios e cujos resultados também ainda não são conhecidos.

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Sem espaço ou planos de contingência. Viagem aos hostels que abrigam 800 refugiados (e onde a Covid já entrou)

Segundo explicou fonte do CPR ao Observador, “durante a passada semana foi definido um plano de testagens coordenado pela DGS” — que está agora a ser aplicado. Na segunda-feira, a presidente do CPR, Mónica Farinha, disse à Lusa que o organismo está a acompanhar atualmente 950 requerentes de proteção, dos quais cerca de 800 se encontram em alojamentos externos aos serviços, em hostels na cidade de Lisboa.

Estas declarações foram feitas um dia depois de um hostel em Arroios com cerca de 200 pessoas em 40 quartos ter sido evacuado por haver um caso de coronavírus. A unidade hoteleira foi desinfetada e todos os requerentes de asilo testados: 136 testaram positivo à presença do novo coronavírus, sete tiveram com resultados inconclusivos e 26 tiveram testes negativos. Todos os 171 migrantes que estavam hospedados no hostel foram transportados para a Base Aérea da Ota, em Alenquer.

No entanto, quando foram realizados os testes à Covid-19 aos migrantes alojados no hostel, 25 não estavam presentes. O SEF acabaria por localizar 19 dos 25 cidadãos estrangeiros. Dos seis desaparecidos, um foi localizado no Reino Unido. Estão por localizar os outros cinco migrantes desaparecidos.