A experiência foi feita para explicar como o vírus poderá ter-se espalhado no cruzeiro japonês Diamond Princess, mas pode ser uma ilustração para diversos outros contextos de que qualquer um pode fazer parte. Com um líquido invisível nas mãos de um participante, a estação de televisão NHK simulou um momento de refeição num restaurante buffet e demonstrou como em poucos minutos todos os envolvidos na experiência acabaram contaminados.

No cenário, uma pessoa foi escolhida para ser o infetado número zero — o responsável pelo início da cadeia de transmissão, numa amostra que contou com 10 elementos. A tinta fluorescente, que foi colocada na mão do primeiro infetado, assumia o lugar de partículas reais expelidas pela tosse ou por um espirro e só seria visível sob uma luz especial. De resto, este e os restantes participantes conviveriam durante meia hora, a partilhar talheres e outros objetos enquanto serviam a própria refeição.

Trinta minutos terá sido o tempo suficiente para que todos os indivíduos do grupo tivessem já sido contaminados pelo “vírus”: sob a luz escura, a tinta fazia-se brilhar nas mãos de todos os participantes e três deles tinham vestígios no rosto. As manchas de tinta eram também visíveis naqueles que foram os elementos chave para a sua propagação: jarros de bebidas, pinças para servirem a comida e noutro tipo de louça utilizado por vários participantes.

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A este ponto não é já novidade que as partículas com vírus se espalhem com a partilha de objetos. Cada vírus tem a sua especificidade, que acaba por influenciar a forma como sobrevive em diferentes superfícies, mas a experiência ilustra como, sem cuidados de higiene, qualquer pessoa pode expor-se e ser contaminado.

Vídeo. Como uma máscara pode evitar dispersão de partículas ao tossir

A experiência conduzida pela televisão nipónica tinha como objetivo ilustrar como o vírus da Covid-19 se propagou no navio cruzeiro Diamond Princess, que ficou atracado em Yokohama em janeiro. Com mais de 3,7 mil pessoas a bordo, mais de 700 pessoas foram infetadas, obrigando toda população da embarcação a ficar de quarentena. No fim do período de isolamento, tinha registado um total de 14 vítimas mortais.

Como o Japão “controlou” o surto durante meses, mas deixou que casos triplicassem nas duas últimas semanas