A deputada bloquista Mariana Mortágua afirmou esta terça-feira que o mecanismo de garantia associado ao Novo Banco consiste numa “fraude” que deixa o fundo norte-americano Lone Star ir retirando dinheiro ao Estado português.

Em declarações aos jornalistas nos passos perdidos do parlamento, a parlamentar do BE afirmou que “todo o mecanismo que está montado para proteger os interesses do Estado no negócio do Novo Banco é uma fraude”.

“O contrato de venda do Novo Banco está feito para a Lone Star poder gerir os ativos de forma a retirar o mais rapidamente possível dinheiro público ao Estado, através do mecanismo de garantia”, lamentou.

O jornal Público noticiou esta terça-feira que um fundo das ilhas Caimão comprou casas do Novo Banco com o crédito desta instituição financeira, num negócio que foi um dos maiores do ramo imobiliário dos últimos anos e em que o Fundo de Resolução cobriu as perdas. Nesta investigação, refere-se mesmo que o Novo Banco vendeu e emprestou o dinheiro a quem comprou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Entretanto, depois de o presidente do PSD, Rui Rio, ter pedido a intervenção do Ministério Público (MP), o primeiro-ministro socialista, António Costa, escreveu à procuradora Geral da República, Lucília Gago, a pedir que o MP, enquanto representante do Estado, desenvolva os procedimentos cautelares adequados à proteção dos interesses financeiros de Portugal.

Esta terça-feira, o PS já anunciou que quer que o presidente do Novo Banco seja ouvido logo na reabertura dos trabalhos parlamentares, em setembro, visando esclarecer suspeitas se a venda de imóveis feita por este banco está a lesar o Estado.

PS tem “muitas dúvidas” sobre legalidade da operação do Novo Banco e quer chamar António Ramalho ao Parlamento