Um concerto pela Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP), sob a direção da maestrina Joana Carneiro, que celebra os 250 anos do nascimento de Beethoven, reabre no dia 5 de setembro o Teatro Nacional de S. Carlos (TNSC), em Lisboa.

A soprano Elisabete Matos é diretora artística do TNSC desde outubro do ano passado e a primeira programação de sua responsabilidade, para setembro e outubro, foi esta quinta-feira divulgada.

A diretora artística aposta nos solistas portugueses, afirmando ser a opção “mais coerente do ponto de vista artístico, na medida em que se trata de músicos especialistas nas obras que vão interpretar e que contam com carreiras sólidas e reconhecidas pelo público e pelos seus pares”, segundo comunicado do TNSC.

No mesmo texto, afirma-se que “o regresso à atividade do TNSC acontece mais cedo porque se pretende devolver ao público algum do tempo em que a atividade esteve suspensa e, também, porque está prevista a realização de uma intervenção delicada e muito importante no palco do Teatro —  a substituição do pano de ferro —  que tem início previsto para o final de outubro e duração estimada de algumas semanas”, não se fazendo referência a quaisquer outras obras no edifício que abriu portas pela primeira vez em junho de 1793.

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O concerto da OSP “celebra o génio de Beethoven”, no ano do seu 250.º aniversário, e apresenta o Triplo Concerto, estreado pelo próprio compositor em 1804, em Viena. No TNSC, os solistas vão ser Pedro Meireles (violino), Marco Pereira (violoncelo) e António Rosado (piano), sob direção da maestrina titular da OSP.

No dia 19 de setembro, Elisabete Matos sobe ao palco do S. Carlos, acompanhada pela OSP, para interpretar algumas das heroínas de várias óperas de Giacomo Puccini (1858-1924). O concerto intitula-se “As Mulheres de Puccini” e inclui árias das personagens das suas óperas, entre outras, Mimì, Turandot, Cio-Cio San, Tosca e Manon Lescaut.

Muitas destas personagens foram já interpretadas por Elisabete Matos, que vai partilhar o palco com Dora Rodrigues e Carla Caramujo, sendo a direção musical de Domenico Longo, que dirigiu em fevereiro de 2015 no teatro lisboeta a ópera “Macbeth”, de Verdi, protagonizada por Elisabete Matos.

Uma semana antes, no dia 12 de setembro, Pedro Neves dirige a OSP num concerto com os solistas Hugues Borsarello (violino) e Gérard Caussé (viola d’arco), que apresenta a Sinfonia Concertante, composta em 1779 por Mozart.

Como tem sido tradição, o TNSC reparte a apresentação da sua programação no Centro Cultural de Belém (CCB), onde, no dia 27 de setembro, a OSP apresenta o Duplo Concerto, de Brahms, com os solistas Pedro Meireles (violino) e Irene Lima (violoncelo), sob a direção musical de Antonio Pirolli, que se apresenta na qualidade de maestro convidado principal da OSP.

O italiano Pirolli, de 55 anos, dirigiu a OSP no concerto de Páscoa, também no CCB, em março 2018, e em outubro do ano passado, no TNSC, a ópera “La Forza del Destino”, de Giuseppe Verdi, numa coprodução com a Ópera Nacional do País de Gales.

Em outubro, no dia 25, no CCB, a OSP interpreta, sob a direção musical de Bruno Borralhinho, o Concerto n.º 2 para flauta de Mozart, sendo solista Anabela Malarranha. Outro palco habitual da programação do TNSC é o Joaquim Benite, em Almada, onde nos dias 30 e 31 de outubro é apresentado “Des Knaben Wunderhorn”, de Mahler, com Ana Quintans e Julien Van Mellaerts como solistas, sob a direção musical de Joana Carneiro.

“Des Knaben Wunderhorn” (1905) apresenta vários poemas alemães antologiados por Achim von Arnim e Clemens Brentano, publicados entre 1805 e 1808 e que Mahler musicou.

“Este programa, em Almada, é o único de toda a programação anunciada que foi adiado devido à suspensão de atividade entre março e maio” últimos, refere o comunicado do TNSC.

No dia 25 de setembro realiza-se o primeiro concerto com o Coro do TNSC, no salão nobre deste teatro, onde volta a atuar no dia 2 de outubro. “Em ambas as ocasiões, o Coro apresenta-se em formação camerística”, em setembro “apenas os naipes femininos” e em outubro “os naipes masculinos”, ambos sob direção do maestro João Paulo Santos.

No dia 23 de outubro, no TNSC, o Coro atua com um efetivo de 35 cantores para interpretar “um programa que deambula entre as monumentais obras corais sinfónicas, as óperas com grandes efetivos e as rendilhadas produções de câmara”, sendo acompanhado ao piano por Joana David e Nuno Margarido Lopes.

Elisabete Matos, segundo o mesmo comunicado, realça a forte presença do Coro do Teatro Nacional de São Carlos nesta programação bimestral, referindo que os três concertos corais são “momentos importantes, que constituem a consolidação do regresso aos palcos pós-confinamento, que se iniciou no Festival ao Largo e culminará na ópera de outubro, onde se apresentará com uma formação de cerca de 50 elementos”.

A 23 de outubro sobe ao palco do S. Carlos a ópera “La Wally”, de Alfredo Catalani (1854-1893), em versão concerto, “devido à impossibilidade de utilização do fosso” de orquestra, justifica o TNSC.

A versão concerto é dirigida por Antonio Pirolli. O elenco é liderado pela soprano russa Zarina Abaeva, e conta com os cantores líricos Luiz-Ottavio Faria, Luis Cansino, Azer Zada, Patrícia Quinta, Joana Seara e Nuno Dias.