O Ministério Público moçambicano acusou 12 iranianos de apoiarem os grupos rebeldes em Cabo Delgado, norte do país, mantendo-os em prisão preventiva, anunciou fonte judicial.

O grupo foi detido em dezembro de 2019 numa embarcação carregada de armas ao largo da baía de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado.

O Ministério Público acusa-os de terrorismo, associação para delinquir, porte de armas proibidas e crime de organização contra o Estado, ordem e tranquilidade públicas, segundo a informação citada esta quarta-feira pela Rádio Moçambique.

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De acordo com a argumentação do caso, os 12 iranianos pertencem a uma organização terrorista e iam abastecer com armas e munições os insurgentes que têm atormentado a região.

O grupo transportava na embarcação metralhadoras AK47, caçadeiras, pistolas e munições, binóculos, uma motorizada e um cartão de crédito.

A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, é palco há três anos de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas e que se intensificaram este ano.

Há diferentes estimativas para o número de mortos, que vão de 1.000 a 2.000 vítimas.

Segundo dados oficiais, há, pelo menos, 435 mil deslocados internos.

A capital de Cabo Delgado, Pemba, está desde meados de outubro a receber uma nova vaga de deslocados, que viajam em barcos precários.

As vítimas da violência na região rica em gás natural têm se espalhado por outras regiões, nomeadamente as vizinhas províncias de Niassa e Nampula, mas as autoridades locais já tem oferecido ajuda a famílias refugiadas que chegam mais a sul, nomeadamente à Zambézia e Sofala.