O Presidente da República disse estar em “choque” pela morte “inesperada” de Jorge Coelho e recorda o “amigo” e uma “figura que esteve presente na vida portuguesa durante três décadas em várias qualidades”.

Em declarações à SIC Notícias, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou o trabalho enquanto governante, parlamentar, conselheiro de Estado, dirigente partidário, analista político e como gestor empresarial.

Marcelo recordou um “estilo muito próprio, feito de intuição, de compreensão rápida, antecipação e perspicácia analítica, de espírito combativo, às vezes polémico”, mas também de “grande afabilidade”. “Criou laços pessoais que ultrapassavam a barreira do seu partido e os limites do ciclo muito amplo dos seus amigos e teve uma influência muito grande em momentos importantes da vida nacional”, refere o Presidente da República.

Morreu Jorge Coelho, político, antigo ministro socialista e gestor. Tinha 66 anos

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Marcelo frisou que Jorge Coelho, apesar de “não [ter] exercido a liderança partidária a que sempre fugiu, esteve tão próximo dos centros de poder que de alguma maneira influenciou a vida do país”.

Relativamente à queda da ponte de Entre-os-Rios, em que Jorge Coelho se demitiu do cargo de ministro, Marcelo considerou que o ex-governante “fez aquilo que é muito raro em sociedades democráticas e nomeadamente na sociedade portuguesa” porque “assumiu em plenitude a responsabilidade política e administrativa por tudo o que se tinha passado”. “Fê-lo em cima do acontecimento, sem uma dúvida, sem uma hesitação e isso os portugueses não esquecem”, reforçou o chefe de Estado, frisando que foi um “contributo singular para a democracia portuguesa”.

Numa nota na Presidência da República, Marcelo referiu-se ainda a um “dramático falecimento”. “Reunindo grande intuição, espírito combativo, perspicácia política, afabilidade pessoal e sentido de humor, por entre os escolhos inevitáveis dos apoios e das contraditas, deixou na memória dos Portugueses o gesto singular de assumir, em plenitude, a responsabilidade pela Tragédia de Entre-os-Rios e a capacidade rara de antecipar o sentir do cidadão comum”, escreveu Marcelo, que recorda o amigo “com saudade”.

“Poucos foram aqueles que conseguiram exprimir tão bem a alma dos socialistas”, diz Costa

António Costa também reagiu à morte de Jorge Coelho dizendo que está “muito chocado”. Costa lembrou Jorge Coelho como um “cidadão dedicado” e que serviu “com grande dignidade o Governo da república”. O primeiro-ministro recordou a decisão de demissão após a queda da ponte de Entre-os-Rios, como um “momento trágico que decidiu assumir pessoalmente a responsabilidade política”.

É um “momento doloroso”, particularmente para os socialistas, admite Costa, porque “Jorge Colheo não era só um camarada, era um amigo de todas as gerações do PS”. “Poucos foram aqueles que conseguiram exprimir tão bem a alma dos socialistas, atirou. “Jorge Coelho foi sempre um fator de unidade entre todos nós e todos o recordaremos aquele que sempre soube interpretar com uma intuição extraordinária o sentimento do cidadão comum”, acrescentou.

A direção do PS decidiu colocar a meia haste as bandeiras do partido na sede nacional, em Lisboa, nas federações distritais e concelhias com estandarte devido à morte do antigo ministro e dirigente socialista Jorge Coelho.

Jorge Coelho era uma “máquina política”

Eduardo Ferro Rodrigues também disse estar “em choque com a notícia” Em declarações à SIC Notícias, o presidente da Assembleia da República lembrou um homem com “uma força tremenda da democracia, do PS, de surrealidade, simpatia e bom trato”. Era uma “máquina política”, enalteceu.

“Jorge Coelho foi sempre um verdadeiro camarada dentro do PS”, referiu Ferro Rodrigues, que recorda o amigo com “saudade” e “ainda em choque” e com uma “tristeza muito grande”.

Relativamente à queda da ponte, Ferro Rodrigues disse que se tratou de “um gesto que marcou o país” e a si próprio porque o foi substituir após a demissão.

Em declarações à agência Lusa, Ferro Rodrigues recordou um “homem bom e solidário”, alguém que “sempre que se bateu por causas, em especial pela democracia e pela igualdade”. “Foi também um sobrevivente, com quem aprendi a enfrentar as adversidades”, escreveu Ferro Rodrigues.

“Não consigo sequer conceber que não esteja connosco.” Guterres recorda “amigo queridíssimo”

António Guterres recordou Jorge Coelho como um “amigo querídissimo”, um homem que acompanhou o agora presidente das Nações Unidas em “momentos decisivos da vida” e ao qual tinha uma “dívida de gratidão que jamais poderia pagar”.

Líder de dois governos em que Jorge Coelho foi ministro, Guterres lembrou o amigo como um homem que era a “alegria de viver”, que tinha “uma força interior”. “Vi a sua enorme dedicação à causa pública, era um homem de ideais, um homem extraordinário, um político inteligentíssimo”, afirmou sobre o homem que admitiu ter sido o seu “braço direito”.

“É uma perda para o país, mas sobretudo uma grande perda para os amigos, estamos todos desolados”, referiu. “Não consigo sequer conceber que não esteja connosco”, desafabou António Guterres.

Para Carlos César, Jorge Coelho é um “exemplo de vida”

Carlos César, presidente do PS, considerou, em declarações à TVI24, que morte de Jorge Coelho é “desanimadora” porque o socialista era um “exemplo de vida, de integridade, de dinâmica” e um “inimigo do falecimento das coisas e das pessoas”. “Era uma pessoa que fazia viver e que foi essencial em momentos decisivos na vida política e no PS”, destacou.

“Jorge Coelho era um conselheiro, dava conselhos sem que lhos pedíssemos, pela atenção que tinha. Ficou um pouco, entre os políticos, caracterizado por uma fonte de energia de onde brotou o que o PS e as pessoas podem ter de bom”, disse, realçando a “bondade” do amigo.

“Faz muita falta à política portuguesa e como amigo”, ressalvou o presidente socialista.

Jorge Sampaio chocado com morte de alguém “que contribuiu para moldar vida política”

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio manifestou-se “profundamente chocado” com a morte do ex-ministro Jorge Coelho, considerando que o socialista “contribuiu para moldar a vida política portuguesa” com uma “arguta inteligência” e “alta noção” de responsabilidade.

“Profundamente chocado com o súbito desaparecimento de Jorge Coelho, um querido amigo de longa data, camarada de muitas lutas, um socialista, ativo, dinâmico e de convicções fortes, a quem o partido muito deve, e um português de destaque que serviu o país com um raro e notável sentido de responsabilidade, manifesto a sua Mulher, familiares e amigos, o meu muito sentido pesar e solidariedade”, pode ler-se num testemunho de Jorge Sampaio enviado à agência Lusa.

Num momento “de desolação e de irreparável perda”, o antigo chefe de Estado recorda que Jorge Coelho “atravessou boa parte do arco” da sua a vida política e “contribuiu para moldar a vida política portuguesa”. “Sobretudo nas últimas décadas do século passado, com a sua visão, a sua arguta inteligência e atuação sempre alerta, a fidelidade aos princípios e ideais socialistas e uma alta noção de responsabilidade política”, enaltece.

Eduardo Cabrita enaltece “extraordinária dedicação ao serviço público e à democracia”

O ministro da Administração Interna destacou a “extraordinária dedicação ao serviço público e à democracia” prestada durante décadas pelo antigo ministro Jorge Coelho e recordou a sua passagem por este Ministério. “Foi com profunda tristeza que tomei conhecimento do falecimento do Dr. Jorge Coelho, distinto governante português nos XIII e XIV Governos constitucionais e, designadamente, ministro da Administração Interna entre 25 de novembro de 1997 e 25 de outubro de 1999”, referiu Eduardo Cabrita, numa nota de pesar enviada à agência Lusa.

Eduardo Cabrita prestou “uma sentida homenagem ao homem que, durante décadas, serviu Portugal e os portugueses, com uma extraordinária dedicação ao serviço público e à democracia”.

Pedro Nuno Santos promete “homenagem” com trabalho na ferrovia

Pedro Nuno Santos utilizou as redes sociais para dizer que Jorge Coelho vai “fazer falta a tantos”. “Forte, competente e rigoroso no trabalho. Companheiro, compassivo e socialista. Mas foi já nestas funções [ministro] que nos aproximamos e ficamos amigos. Procurei-te para aprender, aprender com um dos melhores. Nunca esquecerei as conversas que tivemos, os ensinamentos que me passaste e a disponibilidade que sempre demonstraste”, contou.

“Estavas entusiasmado com o trabalho que estamos a fazer na ferrovia, com a possibilidade de conseguirmos voltar a ter indústria nacional na área ferroviária. A tarefa está longe de estar concluída, mas nós vamos conseguir. E essa vai ser a maior homenagem que te poderei fazer”, concluiu o governante.

António Vitorino “completamente devastado” com morte de Jorge Coelho

O diretor-geral da Organização Internacional das Migrações (OIM), António Vitorino, manifestou-se “profundamente chocado e devastado” com a morte do “grande, grande amigo” Jorge Coelho, “um ser humano admirável”.

“Estou profundamente chocado com esta terrível notícia. Perdi um grande, grande, amigo, uma pessoa que, além de todas as qualidades políticas que se lhe reconhecem, quer por companheiros quer por adversários, era um admirável ser humano, uma pessoa que era intensa em tudo o que fazia”, sublinhou em declarações à agência Lusa.

“Genuíno, autêntico, convicto, mas ao mesmo tempo uma pessoa de uma enorme afabilidade pessoal e que deu o melhor de si próprio ao Partido Socialista e à causa pública nos vários cargos que desempenhou. Esta notícia deixou-me completamente devastado”, considerou Vitorino.

José Luís Carneiro destaca o servidor público “exemplar”

O secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, considerou que o antigo ministro e dirigente socialista Jorge Coelho foi um “servidor público exemplar” e a sua morte deixou de luto cidadãos de todos os quadrantes políticos.

Numa nota pessoal que escreveu na rede social Facebook, o “número dois” da direção do PS começa por recordar que conheceu pessoalmente o Jorge Coelho “na candidatura do dr. Teixeira de Sousa à Câmara Municipal de Baião, em 1997”. “Depois, na qualidade de chefe de gabinete do Grupo Parlamentar do PS, partilhei com ele momentos muito significativos (2000-2001). Convidou-me nesse ano para integrar a Comissão Técnica Eleitoral para as Eleições Autárquicas. Esteve comigo e apoiou-me nas duas candidaturas à Câmara Municipal de Baião, em 2001 e 2005.”, referiu José Luís Carneiro.

José Luís Carneiro disse que muitas vezes se encontrou com Jorge Coelho e adiantou que acompanhou a sua experiência empresarial de produção de queijo em Mangualde, distrito de Viseu. “A sua preocupação em contribuir para o desenvolvimento local e a coesão era uma marca inequívoca da sua ligação às origens”, apontou a este propósito.

José Luís Carneiro salienta depois que “os socialistas e os simpatizantes do PS estão de luto”. “Mas, também, muitos milhares de portugueses que o conheceram e aprenderam a respeitar, de todos os quadrantes políticos. Partiu um camarada e um amigo. Inteligente. Generoso. Solidário. De uma energia pessoal contagiante e de um espírito de fraternidade. A quem o PS deve muitas das suas vitórias. O país teve nele um servidor público exemplar. Que o seu exemplo e a sua força tranquila nos inspire a todos para o futuro”, acrescentou o secretário-geral adjunto do PS.

António José Seguro diz que Jorge Coelho era um “apaixonado pela vida”

O ex-secretário-geral do PS, António José Seguro, definiu o antigo dirigente socialista Jorge Coelho como “um amigo muito querido”, com caráter “lutador” e entusiasmo “contagiante”, com quem partilhou ideais e lutou “lado a lado” por causas.

“É muito difícil acreditar que o Jorge Coelho morreu. As palavras atropelam-se neste buraco negro e gelado em que, de repente, caímos, atravessados pela dor da perda brutal”, começou por referir António José Seguro na mensagem que enviou à agência Lusa.

“Partilhámos ideais e lutámos lado a lado por tantas causas. O Jorge era um apaixonado pela vida. Saboreava-a como poucos e partilhava-a generosamente com os seus amigos”, escreveu António José Seguro, que desde 2014 está afastado da vida política ativa.

Para o anterior secretário-geral do PS, Jorge Coelho “era dotado de um caráter lutador e de um entusiasmo contagiante que marcou todas as funções partidárias e publicas que exerceu”. “O seu gesto no fatídico março de 2001 mostrou publicamente a fibra de que era feito o Jorge Coelho. De repente, tudo é tão pouco. Fazes-nos falta, Jorge”, observou António José Seguro, depois de fazer alusão à decisão de Jorge Coelho se demitir das funções de ministro na sequência da tragédia da queda da ponte de Entre-os-Rios.

O presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro, manifestou, em nome de toda a estrutura regional, profunda tristeza pela morte de Jorge Coelho, que lembrou como “um camarada e um amigo generoso, inteligente e solidário”.

“Deixou-nos um camarada e um amigo generoso, inteligente e solidário, a quem o PS e os Açores devem muitas das suas vitórias, um Homem que serviu o País com grande sentido do interesse público”, afirmou Vasco Cordeiro, citado em nota de imprensa.

João Soares lembra Jorge Coelho como “um exemplo absolutamente raro”

João Soares também já reagiu, em declarações à RTP3, deixando claro que Jorge Coelho era “um exemplo absolutamente raro”. O ex-ministro socialista disse mesmo que Coelho foi sempre uma inspiração: “A mim sempre me inspirou”.

“Eu era muito amigo dele e perco um grande e bom amigo, um homem muito fiel às suas amizades”, rematou João Soares.

Marques Mendes fala num “exemplo notável”

Luís Marques Mendes descreveu a morte de Jorge Coelho como “um choque brutal”. O social-democrata recordou, em declarações à SIC Notícias, que ex-governante era um “político carismático, determinado, convicto e que não deixava ninguém indiferente” e que “no plano pessoal tinha uma nobreza de caráter enorme”.

“Quando há 20 anos caiu a ponte de Entre-os-Rios, ele teve uma atitude politicamente notável, que foi não se agarrar ao lugar, demitir-se, assumir responsabilidades, apesar de ele não ter culpa nenhuma naquela situação. É um exemplo notável que a democracia teve e que pouca gente, ao longo destas décadas, tem seguido”, referiu Marques Mendes.

Medina diz que Jorge Coelho era “o socialista mais querido de todos”

Fernando Medina lembrou a relação próxima com Jorge Coelho através do Facebook. “Ontem à noite despedimo-nos depois de um encontro de horas a discutir política e a falar sobre a vida. Hoje de manhã continuámos a conversa por mensagem. Há poucos minutos chegou a notícia trágica”, escreveu.

O presidente da Câmara de Lisboa posicionou Jorge Coelho como “o socialista mais querido de todos, aquele que a todos unia”. “Não tendo sido secretário-geral é indiscutivelmente um dos principais construtores do moderno Partido Socialista e um dos mais fiéis interpretes da sua ligação mais profunda ao país e aos portugueses”, realçou.

Medina descreveu Jorge Coelho como um “homem de uma profunda generosidade e entrega, [que] mobilizava todos à sua volta com a sua alegria, força e humor”.

Rio recorda “pessoa afável e de excelente trato”

Rui Rio, líder do PSD, escreveu no Twitter que lamenta “profundamente o súbito desaparecimento de Jorge Coelho” e descreveu o socialista como uma “pessoa afável e de excelente trato”, com quem tinha uma “agradável relação pessoal”.

Francisco Rodrigues dos Santos lamenta morte de “político de grande relevo”

Francisco Rodrigues dos Santos escreveu que o CDS-PP “lamenta profundamente a triste notícia do falecimento de Jorge Coelho”, que considera um “político de grande relevo na vida do país, ao qual se entregou no exercício das mais altas funções do Estado, com seriedade, visão e sentido de compromisso”.

“Tinha, pois, uma rara forma de estar na política aberta ao diálogo e ao debate leal, procurando as convergências acima das diferenças”, acrescentou o líder democrata-cristão.

Teixeira dos Santos, ex-ministro das Finanças de José Sócrates, lembrou esta tarde Jorge Coelho, afirmando que o também ex-ministro “estava bastante empenhado num projeto pessoa na zona onde nasceu”.

“É de facto chocante saber que um homem com o percurso dele e que já numa fase orientada da sua vida lança um projeto empresarial próprio muito ligado às suas origens… com o entusiasmo que estava a colocar. Ver finalizado assim de forma tão abrupta é chocante, uma pessoa quase que fica sem palavras”, disse Teixeira dos Santos à RTP3, que terminou ao referir que estas situações mostram a “fragilidade da vida humana”.

Ana Catarina Mendes, que substituiu Jorge Coelho na “Circulatura do Quadrado”, quando abandonou o programa por motivos pessoais, escreveu no Twitter que recebeu “com pesar” a notícia do falecimento do camarada e amigo Jorge Coelho.

Maria de Belém falou de Jorge Coelho como “uma pessoa extraordinariamente bem formada” e recordou o episódio da demissão enquanto ministro na sequência da queda da ponte de Entre os Rios. “Isso marcou o que deve ser feito em política”, disse, sublinhando que era uma pessoa “com enorme devoção às causas” e que lia política para lá “da espuma dos dias”.

“Acompanhou-me em variados caminhos da vida política, incluindo no último deles (Presidenciais 2016). Estamos infelizes e desgostosos, foi uma morte trágica. Não nos conformamos. É notícia trágica horrível. Era um amigo excecional”, ressalvou a socialista.

Carlos Andrade, moderador do debate “Quadratura do Círculo” ou, agora, “Circulatura do Quadrado”, disse na TVI24 que a melhor maneira de recordar Jorge Coelho é “alguém que amava viver como poucos”. Carlos Andrade recordou que Jorge Coelho teve uma doença oncológica e que, a partir desse momento, “o gosto com que sorvia a vida aumentou bastante”, bem como a “personificação da ideia de amizade”.

Sobre a demissão devido à tragédia de Entre-os-Rios, Carlos Andrade recordou Jorge Coelho como um “homem de uma enorme exigência ética”. “Como é óbvio a ponte não caiu por distração de Jorge Coelho, mas sentiu que enquanto ministro responsável pelo setor tinha de dar um sinal de que a culpa não podia morrer solteira”, frisou.

Lobo Xavier, na SIC Notícias, revelou que falou com Jorge Coelho à hora de almoço e que tinham combinado almoçar nos próximos dias. “Tinha uma enorme lealdade pelos amigos, era promotor de amizade, fidelidade, sensibilidade, tolerância, e respeito pelos outros. Era um coração leal. Ele tinha uma legião de amigos, eu sou apenas mais um”, relembrou o colega de painel na “Quadratura do Círculo”.

No Twitter, Elisa Ferreira referiu-se a Jorge Coelho como uma “personalidade marcante e carismática”, um homem “dedicado, comprometido, com uma energia mobilizadora”. “Assim foi durante os mais 5 anos em que fomos colegas de governo. Um dia triste”, escreveu.

Pacheco Pereira lembrou, na TVI24, que Jorge Coelho “tinha um amor genuíno pela terra e um amor genuíno pelo PS”. “Quando havia um interesse fundamental do PS em causa, por muitas reticências que ele tivesse, ele defendia o PS”, realçou.

“Há uma coisa que as pessoas às vezes não compreendem, quando pessoas como o Jorge Coelho, o António Costa e agora a Ana Catarina Mendes passam muito tempo a discutir, as discussões são sérias, a gente às vezes zanga-se a sério, mas isso às vezes cria laços, faz parte da democracia”, disse, lembrando que quando um programa como a “Circulatura do Quadrado” dura muito tempo “acaba por também nos formar”.

Jorge Coelho “tinha uma enorme sensibilidade à pobreza”, rematou, dizendo que mesmo sendo um homem que ganhou muito dinheiro “nunca se deixou deslumbrar”.

Marçal Grilo, antigo ministro do PS, recebeu a notícia com “grande tristeza” e lembrou os tempos em que fez parte do mesmo governo que Jorge Coelho. “Era um dos grandes pilares do governo, um homem dedicado, determinado, frontal, um grande organizador, o homem que planificava muita da atividade política do governo”, afirmou. “Era uma pessoa muito especial”, ressalvou, um homem “solidário” e que “distinguia o acessório do essencial”.

Tiago Mayan Gonçalves, ex-candidato presidencial da IL, não esquece a “grande distância política” que os separa, mas realçou que “Jorge Coelho pode e deve hoje ser lembrado pela dimensão de responsabilidade e humanidade que assumiu, em pleno e sem subterfúgios, com uma simples frase: ‘A culpa não pode morrer solteira.'”

Câmara de Mangualde lamenta perda da “maior referência na região”

O presidente da Câmara Municipal de Mangualde, concelho da origem de Jorge Coelho, lamentou à agência Lusa a perda “da maior referência na região” não só em termos políticos, como empresariais. “Estamos em estado de choque, com grande consternação. Jorge Coelho era a maior referência que tínhamos no nosso concelho. Foi um político maior, um grande gestor, um empresário”, disse Elísio Oliveira, numa reação à morte do antigo dirigente socialista.

O autarca de Mangualde destacou o investimento que Jorge Coelho “fez na sua terra, numa queijaria”, numa “lógica emotiva” que suplanta a empresarial, “de amor à terra” e que “exprime um profundo sentimento telúrico”, homenageando o seu avô e o pastoreio. “Na sua queijaria, para além dos cerca de 15 postos de trabalho direto que criou, sustentava uma rede de pastores que vivem do pastoreio e das suas ovelhas e Jorge Coelho também o fez com essa intencionalidade”, contou.

Elísio Oliveira admitiu ainda que Jorge Coelho “era uma pessoa próxima das pessoas, um conselheiro”, com quem “falava com frequência, sobre todas as áreas em geral e sobre a visão estratégica das coisas”.

“Era um consolo falar com ele e um privilégio trocar impressões e, também por isso, recebemos esta notícia de forma tão sentida e magoada, este desfecho e este destino de forma tão inesperada e chocante”, disse.

Distrital do PS Viseu fala em “referência maior” e “forte aliado”

Jorge Coelho era uma pessoa “com muita referência” na região e “uma voz de força” que se juntava ao PS que tinha nele um “forte aliado”, contou à agência Lusa o presidente da distrital socialista de Viseu. “Era um defensor das nossas causas, uma voz que se juntava às nossas reivindicações, junto do poder central. A voz dele dava-nos força e de repente acontece isto”, reagiu José Rui Cruz à agência Lusa após tomar conhecimento pelos “inúmeros telefonemas” que recebem em poucos minutos.

O presidente da distrital do PS de Viseu disse que “era uma pessoa com muita referência na região, porventura, em termos políticos a pessoa com mais visibilidade, com mais força e uma voz muito ouvida e respeitada e não só internamento” no partido.

“Estava ligado à associação empresarial, ao grupo Visabeira, era uma referência em toda a região com muito boas ligações a todo o Governo e tinha amigos em todos os partidos, porque fez amigos toda a sua vida e era um aliado forte que tínhamos ali e que agora ficamos todos mais debilitados”, assumiu.

José Rui Cruz adiantou que “é uma perda enorme para todos e para o distrito” de Viseu e lembrou que “nem se imiscuía dentro do partido, participava quando era chamado e estava sempre disponível e era uma voz muito mais alargada de que o PS”.

Sporting despede-se do sócio 9.969-0

O Sporting manifestou o seu “pesar” pela morte do ex-governante Jorge Coelho, “enaltecendo e agradecendo os anos de dedicação e devoção ao clube”, do qual era sócio desde 1987. “O Sporting Clube de Portugal manifestou o seu pesar pela morte de Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho, que faleceu esta quarta-feira”, referem os ‘leões’ numa curta nota no seu site.

O clube verde e branco enviou as suas “mais sentidas condolências” aos “familiares e amigos” do seu sócio n.º 9.969-0.

Mota-Engil recorda “profissional de excelência” e agregador de vontades

A Mota-Engil recordou o vice-presidente do seu Conselho da Administração, Jorge Coelho, como um “profissional de excelência, líder empresarial” e agregador de vontades.

Em comunicado, o Conselho de Administração da Mota-Engil afirmou que “eram públicas e reconhecidas as suas qualidades como homem de caráter e convicções e enormes as suas qualidades como profissional de excelência, líder empresarial, agregador de vontades, e o seu percurso ficará para sempre ligado ao nosso grupo”, notou, em comunicado, a Mota-Engil.

“Era um homem da casa e da Família Mota-Engil, amigo comprometido e empenhado no desenvolvimento e sucesso do Grupo, a quem o Grupo tanto deve e aqui lhe deixa, de forma muito sentida, uma profunda e respeitosa homenagem e, já, grande saudade”, refere.

“Amigo, filantropo discreto, socialmente preocupado e comprometido era um exemplo de responsável e empenhada cidadania para todos nós”, acrescentou o grupo, endereçando “as mais sentidas e sinceras condolências” à família do empresário e antigo político.

Media Capital destaca “personalidade ímpar da democracia portuguesa”

O Conselho de Administração da Media Capital manifestou o seu “mais profundo pesar e tristeza” pela morte de Jorge Coelho, destacando tratar-se de uma “personalidade ímpar da democracia portuguesa”.

Em comunicado, a administração da dona da TVI, liderada por Mário Ferreira, salientou que “é com profundo pesar que a Media Capital recebeu a notícia do falecimento” de Jorge Coelho. “Personalidade ímpar da democracia portuguesa, Jorge Coelho honrou-nos com a sua presença ativa na TVI ao longo de vários anos”, frisou o Conselho de Administração.

A sua “experiência e percurso na atividade política e empresarial foram uma mais valia inestimável para o prestígio da estação e para um debate público esclarecedor do qual todos nós muito beneficiámos”, acrescenta a administração da Media Capital, endereçando “a todos os familiares e amigos (…) as mais sentidas condolências”.

A homenagem da “Circulatura do Quadrado” a Jorge Coelho

O programa “Circulatura do Quadrado”, em que o socialista foi protagonista muitos anos, primeiro na SIC (“Quadratura do Círcula”) e agora na TVI, homenageou Jorge Coelho no dia da sua morte. Carlos Andrade começou por dizer que este é o programa que “mais vai custar fazer”. “Um jornalista tem sempre dificuldade em juntar a palavra morreu ao nome de um amigo”, frisou, com a recordação de que era um homem que “gostava de viver sempre rodeado pelos amigos”.

Pacheco Pereira obteve a palavra para tomar exatamente no mesmo ponto. “Jorge Coelho é um homem que cultivava um sentimento antigo que é o sentimento da amizade e cultivava como quem respirava, era dedicado aos seus amigos e essa dedicação não pretendia ter nada em troca”, disse, descrevendo o socialista como um “homem gratuito”.

Ana Catarina Mendes, que ocupou a cadeira de Jorge Coelho quando saiu do programa, recordou-o como uma “enorme amizade”, um “Jorge Coelho solidário”, um “Jorge Coelho amigo”,

Lobo Xavier não consegue ter a “distância que a televisão e o programa exigem”. “Ainda hoje falei com ele, antes de fazer a viagem de Penafiel para aqui (…), tínhamos marcado um almoço na Circulatura a que ele se queria associar”, recordou. “Tenho ideia que as pessoas julgam que na política e no mundo do comentário somos todos amigos e que existe uma espécie de uma fraternidade transversal aos partidos, não é assim”, explicou, mas pode-se ter “consideração e respeito”. “Se tivesse de eleger o mais surpreendente amigo seria o Jorge Coelho”, admitiu.

O amigo recordou-o como um “coração mole” e lembrou algumas brincadeiras porque “frequentemente dizia que era amigo das pessoas de quem vínhamos falar”. “Jorge Coelho tinha uma legião de amigos, não os amigos de palmada nas costas, mas por onde passava fazia amigos profundos”, referiu.

PS destaca ação decisiva para as vitórias eleitorais de 1995, 1999 e 2005

O PS destacou hoje a ação do antigo dirigente socialista Jorge Coelho para as vitórias eleitorais nas legislativas de 1995 e 1999, sob a liderança de António Guterres, e na maioria absoluta de 2005 com José Sócrates.

“Foi com particular pesar e aguda tristeza que o PS recebeu a dolorosa notícia do inesperado falecimento do seu camarada Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho”, lê-se na nota oficial de pesar emitida esta noite pelos socialistas.

Jorge Coelho, natural de Mangualde, no distrito de Viseu, morreu hoje, aos 66 anos, na sequência de um ataque cardíaco fulminante, quando se encontrava na Figueira da Foz, distrito de Coimbra.

Na nota de pesar, o PS classifica Jorge Coelho como um “histórico socialista e notável amigo da democracia que soube de forma singular traduzir na sua atuação a proximidade ao cidadão comum, cujos anseios e emoções sabia interpretar como poucos governantes o conseguiram”.

“Deixa-nos um legado político de diversidade e de dedicação inigualáveis, tendo atingido inclusivamente a alta dignidade de conselheiro de Estado. Nasceu em Viseu (1954) e filiou-se no PS em 1982, tendo nesse mesmo ano iniciado o seu percurso de desempenho de funções executivas como chefe do gabinete do secretário de Estado dos Transportes do IX Governo Constitucional”, refere-se.

Na segunda metade da década de 80, Jorge Coelho esteve em Macau, onde foi chefe do gabinete do secretário de Estado Adjunto dos Assuntos Sociais, Educação e Juventude de Macau (1988-1989) e, já em funções governativas na mesma região, desempenhou o cargo de secretário Adjunto para a Educação e Administração Pública (1989-1991).

De regresso a Portugal, o PS considera que foi “fundamental na delineação e arquitetura de várias campanhas eleitorais, tendo dirigido a estrutura que assegurou a campanha eleitoral vitoriosa do PS nas eleições legislativas de 1 de outubro de 1995 e nas eleições Legislativas seguintes, em 10 de outubro de 1999”.

Para o PS, Jorge Coelho “ficará para sempre como o homem do coração socialista e como alguém que soube de forma exemplar materializar o espírito e a alma do socialismo”.

“Para a grande família socialista, fica como o dirigente que, num mar de mudança, personificava a serenidade, a força e a capacidade de ação e que, simultaneamente, em momentos de divisão, era uma âncora de união”, sustenta-se ainda neste texto.

Em termos de funções governativas, o PS assinala na sua nota de pesar que no primeiro executivo de António Guterres foi ministro-adjunto a partir de 1995, tendo, “dois anos mais tarde, em novembro de 1997, acumulado esse cargo com o de ministro da Administração Interna”.

“Como ministro-adjunto, é de destacar a criação das Lojas do Cidadão. Em conjunto com o seu secretário de Estado da Administração Pública, Fausto Correia, lançou em Portugal o conceito de Loja do Cidadão, enquanto interface e centro de atendimento de várias entidades públicas, agregando e ligando serviços num só espaço. Após as eleições legislativas de 1999, que viriam a reconduzir António Guterres como chefe do Governo, Jorge Coelho assumiu as pastas da Presidência e das Obras Públicas, tendo sido titular, em setembro de 2000, da pasta de ministro de Estado e das Obras Públicas”, salienta-se.

Ainda segundo o PS, em 04 de março de 2001, Jorge Coelho “voltaria a deixar a sua assinatura na cultura política e democrática portuguesa, ao assumir, demitindo-se, a responsabilidade política plena pela queda da ponte de Entre-os-Rios”.

“Constituiu um precedente de coerência para todos os titulares de funções executivas que se lhe seguiram e perdurará na moldura executiva como traço de dignidade e de respeito pelas vítimas”, defende o PS.

De acordo com este partido, Jorge Coelho “voltou a ser decisivo na campanha socialista de 2005, em que, pela primeira vez, com José Sócrates, o PS alcançou uma maioria absoluta em eleições legislativas”.

“Em novembro de 2006, renunciou ao mandato de deputado e abandonou todos os cargos partidários para se dedicar à docência, à consultoria, à atividade empresarial e ao comentário político”, acrescenta-se.

Para o PS, Jorge Coelho deixa uma “memória da materialização dos valores socialistas e da dedicação à causa política e pública”.

“A sua partida traz à sua outra família, a socialista, a dolorosa perda de umas das suas mais sólidas raízes”, frisa-se nesta nota de pesar.

Municípios destacam homem solidário e alma do PS

Segundo a Agência Lusa, A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) lamentou a morte de Jorge Coelho, destacando-o como a alma do Partido Socialista, um homem solidário e um empresário e gestor de sucesso.

Em comunicado, a ANMP, liderada por Manuel Machado, lamentou a morte súbita de Jorge Coelho na quarta-feira e apresentou as “mais sentidas condolências à família”.

Jorge Coelho foi um destacado político, a alma do Partido Socialista, um dos mais estimados dirigentes do partido, um homem solidário”, refere a ANMP na nota.

Destaca igualmente que Jorge Coelho foi um “empresário e um gestor de grande sucesso, uma força capaz de vencer os mais difíceis obstáculos, um espírito de tolerância que o tornaram um homem e um político mobilizador de vontades em prol do país”.

Governo da Madeira recorda “homem de firmeza na decisão”

Segundo a Agência Lusa, o Governo da Madeira manifestou esta quinta-feira o seu pesar pela morte do antigo ministro Jorge Coelho, considerando-o “um homem de firmeza na decisão” e destemido em “assumir as causas que considerava justas”. “Era homem de firmeza na decisão e não tinha medo de assumir as causas que considerava justas”, lê-se na nota de pesar distribuída pelo executivo madeirense de coligação PSD/CDS, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque. A nota refere que “é este ilustre português que o Governo Regional recorda, sublinhando os relevantes serviços por ele prestados em nome do país”.

“O executivo madeirense endereça à família enlutada, neste momento de grande tristeza, os mais sinceros pêsames e associa-se à sua dor”, afirma.

O Governo da Madeira recorda que Jorge Coelho iniciou a sua vida política em 1969, em Viseu, opondo-se ao regime fascista, e, “mais tarde, seria um dos fundadores da União Democrática Popular, antes de se filiar no Partido Socialista, em 1982”. Também lembra que “ocupou vários cargos governativos, com destaque para as funções de ministro”, e “desempenhou ainda altas funções no setor privado”, tendo sido também comentador televisivo.

Empresário Humberto Pedrosa recorda “espírito combativo, frontal e visionário”

O empresário Humberto Pedrosa manifestou esta quinta-feira o seu pesar pela morte do antigo ministro Jorge Coelho, um “grande amigo” que recorda pelo seu “espírito combativo, frontal e visionário”.

“Em meu nome pessoal e do grupo empresarial que dirijo, venho manifestar os meus sentidos pêsames à família de Jorge Coelho, uma pessoa que unanimemente respeitávamos pela sua frontalidade, inteligência e capacidade empreendedora, mas, sobretudo, um amigo que recordo pelas suas convicções, pela defesa dos seus ideais e pela forma como cultivava a amizade que reconhecidamente nutríamos um pelo outro”, manifestou o dono do grupo Barraqueiro, em comunicado.

Humberto Pedrosa destacou também o “espírito combativo, frontal e visionário” de Jorge Coelho, “sempre acompanhado de uma grande disponibilidade para o diálogo e pelo acolhedor trato beirão, muito seu, e de uma simplicidade cativante”. O empresário lamentou ainda a perda de “um político arguto, um gestor de primeira linha e um empreendedor”.

“Eu perco um amigo, um grande amigo que nunca esquecerei”, acrescentou.

Artigo atualizado ao longo da noite com reações à morte de Jorge Coelho, às 8h53 com o comunicado da ANMP e às 13h07 com a nota do Governo da Madeira.