Jorge Coelho, político e ex-ministro, morreu esta quarta-feira, aos 66 anos, na Figueira da Foz confirmou o Observador. O antigo governante estaria de visita a uma casa na zona turística da cidade, disse à agência Lusa fonte dos bombeiros.

De acordo com Jody Rato, comandante dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, Jorge Coelho, de 66 anos, sentiu-se mal durante a visita a uma habitação na rua da Liberdade, na zona turística do Bairro Novo.

“A senhora que estava com ele ligou para o 112 e quando a nossa equipa chegou ao local ele estava em paragem cardiorrespiratória. Foram feitas manobras de reanimação mas não foi possível reverter a situação”, tendo o óbito sido declarado no local, adiantou o comandante.

“Pelas 17h25 a PSP foi chamada a uma residência na Figueira da Foz por informação de ali ter havido um óbito”, referiu ao Observador fonte desta polícia, acrescentando que no local confirmou-se “o óbito e a identidade da vítima”.

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“Apesar de não se detetarem sinais de que o óbito tivesse resultado de um crime, desconhecendo-se a causa da morte, o corpo foi enviado para Coimbra”, explicou ao Observador a mesma fonte, adiantando que os exames periciais serão realizados no Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses de Coimbra.

O Presidente da República foi um dos primeiros a reagir, mostrando-se chocado com a morte do socialista. Também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres (em cujos governos, Jorge Coelho foi ministro) já lamentou a morte súbita do político na qual ainda não consegue acreditar.

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O ex-governante foi ministro Adjunto e da Administração Interna no XIII Governo Constitucional, de António Guterres. Mas foi como Ministro do Estado e do Equipamento Social que marcou a vida política portuguesa ao demitir-se imediatamente após a queda da ponte que ligava Entre-os-Rios e Castelo de Paiva e que provocou mais de 60 vítimas mortais.

Na Assembleia da República, foi deputado pelo PS de 1987 a 1995. E quando chegou ao Executivo socialista de Guterres, um governo minoritário que sucedeu às duas maiorias de Cavaco Silva, ficou famoso pela expressão: “Quem se mete com o PS leva”. Uma frase que acompanhou a sua carreira política, mas que não impediu que fosse reconhecido e elogiado por figuras de outros partidos políticos.

O histórico socialista filiou-se no partido em 1982. Manteve sempre uma ligação forte ao PS, mas desde o Governo de António Guterres que estava afastado da vida política mais ativa. Em 2007 foi convidado para a administração da Mota-Engil, tendo sido presidente da construtora até 2013, cargo que abandonou invocando fadiga. Voltou à administração da construtora, mas sem funções executivas, em 2018, um cargo que ainda ocupava.

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Depois de se afastar de uma carreira empresarial mais intensa, Jorge Coelho lançou também um projeto pessoal de uma queijaria em Mangualde. Uma das suas mais recentes intervenções na vida pública esteve associada ao movimento criado para defesa do Interior do país.

Jorge Coelho fez parte do programa “Quadratura do Círculo”, na SIC Notícias, durante vários anos, e mais tarde na “Circulatura do Quadrado”, na TVI24 e TSF, que deixou o ano passado por motivos pessoais.