Em 2001/02, o Sporting perdeu pela última vez em outubro, contra o Sp. Braga, na oitava jornada do Campeonato. A partir daí e até se tornar campeão nacional, não voltou a perder ao longo de 26 jogos: estabelecendo um recorde de invencibilidade que durou quase 20 anos. Esta sexta-feira, o Sporting de Rúben Amorim quebrou o Sporting de László Bölöni. Com a vitória frente ao Farense, no Algarve, os leões chegaram às 27 jornadas consecutivas sem sofrer qualquer derrota, algo que nunca tinha acontecido na história do clube.

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Ao chegar aos 69 pontos, o Sporting também alcançou o melhor registo pontual de sempre ao fim de 27 jornadas desde que a vitória vale três pontos, superando os 67 pontos de 1979/80, sendo que os 13 golos que sofreu até agora são também a melhor marca da história leonina. Pedro Gonçalves, que marcou o único golo da partida e regressou ao topo da lista de melhores marcadores da Liga — com 17, superando Seferovic –, deu a vitória aos leões pela quarta vez esta temporada. A equipa de Rúben Amorim voltou a marcar apenas uma vez pela quinta jornada seguida, sendo que nas primeiras 20 semanas do Campeonato tinha uma média superior a dois golos por jogo.

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Rúben Amorim cumpriu o primeiro jogo de castigo depois da suspensão de 15 dias que recebeu na sequência da expulsão contra o Famalicão e assistiu à partida a partir da bancada do Estádio de São Luís. Ainda assim, o técnico compareceu na conferência de imprensa e explicou que, quando foi visto a falar ao telefone durante o encontro, estava a tratar de “assuntos pessoais” e não a comunicar com a restante equipa técnica que estava no banco de suplentes. “Sabíamos que íamos ter um campo mais curto e sabíamos do facto de o Farense nos tirar profundidade, tínhamos o TT para isso. Tivemos fases em que, variando o centro do jogo, conseguíamos criar espaços para jogar. Era essa a ideia. Por vezes conseguimos, por outras não, mas conseguimos a vitória e isso é que interessa”, acrescentou Amorim, justificando as substituições que fez numa fase já avançada do jogo.

O treinador falou ainda sobre a ansiedade da equipa nos últimos instantes, em que o Farense acabou por ficar muito perto de empatar e passou muito tempo no meio-campo adversário. “Foi o correr do tempo, houve duas bolas em que estavam fora de jogo e depois isso cria-nos alguma ansiedade. O Nuno Mendes e o Inácio, no fim… Dou estes nomes porque são jovens e inexperientes mas têm muitas qualidades. A partir desse momento, o jogo começou a partir-se, o Farense também nos pressionou e a ansiedade no fim é normal. Na quarta-feira também vai haver mas estamos preparados para isso”, atirou, lançando já a próxima partida, contra o Belenenses SAD.

“A vitória retira alguma desconfiança nos adeptos, na equipa não. Não vamos esconder que há uma ideia nos sportinguistas que já vem de há muitos anos, mas os adeptos não podem esquecer que isto é jogo a jogo e que agora só queremos vencer o Belenenses SAD. Para mim, é difícil dizer que é por isto ou por aquilo. Estamos numa fase diferente, não conseguimos matar o jogo. Agora, a nossa ansiedade no fim vem muito da nossa incapacidade de fazer um segundo golo. Por vezes até passamos aos nossos colegas quando podemos rematar à baliza. Já tivemos fases em que fazíamos um remate e o golo surgia e que num outro remate a equipa assentava. Acho que na finalização não tem a ver com a nossa ansiedade, tem a ver com a nossa qualidade e com o aspeto técnico”, concluiu o treinador, abordando claramente a eventual conquista do Campeonato, algo que voltou a ficar em causa nas últimas semanas depois dos dois empates consecutivos.