A ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, apelou esta segunda-feira para uma “abordagem integrada” para garantir os direitos e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência.

“É essencial que tenhamos uma abordagem integrada para garantir que a qualidade de vida das pessoas com deficiência melhora e os seus direitos são, de facto, garantidos”, sublinhou Ana Mendes Godinho na abertura de uma videoconferência de alto nível sobre a estratégia europeia para os direitos das pessoas com deficiência.

Notando que, “mesmo em circunstâncias consideradas normais, as pessoas com deficiência têm menos probabilidade de ter acesso a cuidados de saúde, proteção social, educação, emprego, infraestruturas e de ter uma participação igual na sociedade”, a ministra considerou a nova estratégia europeia uma “oportunidade” para reforçar o compromisso europeu em relação aos direitos das pessoas com deficiência.

Para isso, a responsável defendeu ser “obrigação” dos estados-membros implementar uma “agenda clara” para os direitos das pessoas com deficiência e garantiu que a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) “tudo fará para que sejam dados passos concretos” na concretização desta ambição.

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Temos de garantir que todos têm as condições adequadas para participarem em todas as áreas da vida coletiva, para viverem de forma independente e autónoma, para aceder a uma educação inclusiva e a empregos dignos e de qualidade, para usarem e gozarmos, todos, os nossos direitos em igualdade e sem discriminação”, realçou.

Segundo Ana Mendes Godinho, a “correta implementação” da estratégia europeia e da convenção das Nações Unidas para os direitos das pessoas com deficiência irá assegurar “a transversalidade das questões da deficiência em todas as iniciativas e políticas” ao nível nacional e europeu.

A ministra destacou os quatro principais eixos da estratégia europeia e que vão estar em discussão no primeiro dia da conferência — a acessibilidade, a vida independente, o emprego e a educação inclusiva — e frisou que a implementação da estratégia é um “desígnio” que depende de “instituições europeias, estados-membros, sociedade civil e pessoas com deficiência”.

A videoconferência de alto nível sobre a Estratégia Europeia para os Direitos das Pessoas com Deficiência 2021-2030, organizada no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da UE, vai contar ainda esta segunda-feira com intervenções da comissária europeia para a Igualdade, Helena Dalli, da secretária de estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, do secretário de estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita, e do secretário de estado Adjunto e da Educação, João Costa.

O debate de 20 de abril, que será a nível ministerial e que contará com a participação do primeiro-ministro, António Costa, vai centrar-se em algumas das medidas propostas pela estratégia europeia, nomeadamente o cartão europeu das pessoas com deficiência, o desenvolvimento de indicadores estatísticos com dados relevantes para a monitorização da inclusão das pessoas com deficiência e a plataforma relativa à vida independente.