Poucos europeus conhecem a Silk-FAW e ainda menos estão familiarizados com o Hongqi S9, o primeiro coupé desportivo deste construtor chinês. Sucede que este não é um modelo qualquer, uma vez que é um dos poucos supercarros oriundos daquela parte do mundo. Mas, para ter sucesso num mercado particularmente competitivo, é necessário muito mais do que linhas agressivas e muita potência.

O Hongqui S9 é um desportivo interessante, muito potente e com uma estética minimamente atraente. Anuncia 1400 cv e consegue-os conjugando um V8 sobrealimentado a gasolina com três motores eléctricos. Com este cocktail, a Silk-FAW garante não só os 1400 cv, como a capacidade de ultrapassar a barreira dos 100 km/h em apenas 1,9 segundos, para depois continuar alegremente até aos 400 km/h.

Mas produzir um respeitável superdesportivo, com uma potência e uma capacidade de aceleração capazes de fazer crescer água na boca dos amantes desta classe de modelos, é diferente de conseguir ter uma fila interminável de clientes, dispostos a pagar uma fortuna por um veículo com estas características, como acontece com a Ferrari. A imagem é fundamental mas, para a conseguir, é necessário produto e estratégia, pelo que não espanta que os chineses tenham contratado Amedeo Felisa, o ex-CEO da Ferrari.

Sergio Marchionne, então CEO da FCA, substituiu Amedeo Felisa no cargo de CEO da Ferrari

Felisa começou na Alfa Romeo, mas hoje conta com mais de 40 anos na indústria automóvel, sempre ligado a marcas desportivas. Os últimos 26 anos foram dedicados à Ferrari, onde desempenhou a função de CEO entre 2008 e 2016, o que despertou o interesse da Silk-FAW para os seus serviços. Os chineses contam com o gestor italiano para desempenhar um papel fundamental para impor o Hongqi S9 no mercado, anunciando que Felisa será responsável por supervisionar todos os aspectos do negócio.

A Silk-FAW é uma joint venture entre os chineses da FAW, um dos construtores a quem a Volkswagen se associou para fabricar veículos na China, e a Silk EV, uma empresa de engenharia norte-americana. E, para que o Hongqi S9 não afaste os potenciais clientes devido às suas origens orientais, a Silk-FAW decidiu que o superdesportivo será fabricado em Itália, na região de Reggio Emilia, para assim poder reclamar o mesmo “berço de ouro” de marcas como a Ferrari ou a Lamborghini.

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