O secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, louvou esta quarta-feira os progressos feitos pela presidência portuguesa quanto à união bancária e dos mercados de capitais, mas admitiu que ainda não há condições para avançar.

“A presidência portuguesa fez um enorme trabalho sobre o EDIS, o fundo de garantia de depósitos europeu. Mas a verdade é que não estão reunidas as condições para atacarmos a questão da união bancária, para ela ser implementada na data ‘tal'”, disse João Nuno Mendes no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, encerrando a Cimeira da Recuperação, último evento da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.

O secretário de Estado aditou que tanto a união bancária como a união dos mercados de capitais são dois temas que “para toda a gente” têm caráter “urgente, mas depois fazer isto acontecer é outra coisa”.

“Nós achamos que deveríamos imprimir, à escala europeia, este sentido de urgência de decisão que tivemos no quadro da pandemia — porque a União Europeia conseguiu ser eficaz — por exemplo nestas duas grandes dimensões, para completarmos, de facto, a nossa união económica”, salientou o governante.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na sua intervenção de encerramento da cimeira, João Nuno Mendes já tinha relevado o ambiente de colaboração entre os Estados-membros da União Europeia, durante a presidência portuguesa, que quarta-feira termina. “Todos os países sabiam que Portugal tinha um focus que era a aprovação dos planos de recuperação no prazo mais rápido possível. Isso é inequívoco: todos diziam o mesmo, e acho que tivemos um enorme contributo de todos os países”, louvou.

A Cimeira da Recuperação, último evento político da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, juntou esta quarta-feira em Lisboa ministros europeus, comissários, eurodeputados e especialistas para debater a reforma da economia europeia após a pandemia de Covid-19 e o modelo de governação económica da UE.

Em debate estiveram nomeadamente as regras orçamentais europeias, que estipulam por exemplo o limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) para o défice, atualmente suspensas para que os Estados-membros possam apoiar as suas economias face à crise provocada pela pandemia de Covid-19.